Foi anunciado na última segunda-feira (01) a parceria estratégica entre o governo dos EUA e a Coinbase. O objetivo é custodiar e negociar ativos digitais confiscados em casos judiciais. Ou seja, segundo dados da Arkham Intelligence, os EUA possuem atualmente mais de R$ 77 bilhões em criptomoedas, desse total, R$ 75 bilhões são somente em Bitcoin. O governo americano detém 213.543 bitcoins, apenas 13 mil a menos que a Microstrategy. Isso representa mais de 1% da oferta total de BTC, limitada a 21 milhões de unidades.
Como vai funcionar a parceria com a Coinbase
Na semana passada, o governo americano transferiu R$ 1,3 bilhão em Bitcoin para a Coinbase. Essa movimentação, assim como outras anteriores, pôde ser acompanhada em tempo real através de exploradores de blocos.
Dessa forma, com a nova parceria, o governo pode enviar todas as criptomoedas confiscadas para o serviço de custódia da Coinbase (Coinbase Custody). Então, não será mais possível prever quando o governo liquidará seus bilhões apreendidos.
Essa incerteza pode ser positiva para o mercado, pois a liquidez é alta e pode absorver essas vendas sem grandes variações de preço. Assim, a Coinbase Prime realizará as vendas, serviço já utilizado por outros grandes players do mercado, incluindo gestoras de ETFs e empresas diversas.
Em nota, a corretora destacou que já colabora com todas as principais agências americanas, desde locais até federais. A missão da empresa é promover um mercado seguro e eficiente.
“Hoje, o USMS, uma agência do Departamento de Justiça dos EUA, é responsável pela apreensão de ativos. Esse departamento anunciou a Coinbase Prime para fornecer serviços de custódia e negociação avançada. Ou seja, para os ativos digitais ‘Classe 1’ (de grande porte) nos quais o órgão gerencia.” – disse a corretora.
“Assim, em 31 de março de 2024, a Coinbase protegeu ativos no valor de US$ 330 bilhões (R$ 1,8 trilhão). Com isso, a Coinbase registrou um volume de negociação institucional de US$ 256 bilhões (R$ 1,4 trilhão) somente no 1º trimestre de 2024.”
Relação Tensa
Apesar da nova parceria, a relação entre a Coinbase e o governo americano não é sempre amistosa. Em junho do ano passado, a SEC processou a corretora, acusando-a de oferecer a negociação de ativos mobiliários.
Em relação às eleições americanas, Brian Armstrong, fundador e CEO da Coinbase, parece adotar uma postura neutra. Numa declaração recente divulgada pelo DLNews, Armstrong comentou que as criptomoedas são uma questão relevante tanto para democratas quanto republicanos. “Ambos partidos estão reconhecendo que precisam resolver esta questão. As criptomoedas chegaram.”
No momento da redação deste artigo, as ações da Coinbase operam em alta de 2,6% na Nasdaq nas últimas 24 horas.