sábado, novembro 23, 2024
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80% das startups cripto fundadas em 2022 ainda estão na ativa

Um novo relatório da Lattice Fund revela que mais de 80% das startups cripto que levantaram fundos em 2022 permanecem ativas, desafiando as dificuldades do mercado. Mesmo diante de colapsos significativos e quedas acentuadas nos preços, muitas dessas startups se mostraram resilientes.

Desafios e oportunidades no mercado cripto

Segundo o levantamento realizado em 1º de outubro, das mais de 1.200 startups que arrecadaram US$ 5 bilhões no último ano, 76% conseguiram lançar produtos no mainnet. Contudo, 18,5% não estão mais operando e encerraram suas atividades. 

Portanto, esse resultado indica uma taxa de sobrevivência considerável em um ambiente desafiador, no qual o setor ainda tenta encontrar seu caminho após uma série de crises.

O destaque entre essas startups vai para o protocolo de re-staking da Ethereum, chamado Eigenlayer. Ele se destacou não apenas pela estratégia de go-to-market, mas pela capacidade de lançar um produto multibilionário até 2023. Contudo, essa notável história de sucesso é uma exceção na coorte de 2022.

A Lattice aponta que apenas 1,5% das startups alcançaram o que se denomina “Product Market Fit” (PMF), e apenas 12% conseguiram assegurar rodadas adicionais de financiamento. 

No entanto, os setores que mais apresentaram resultados positivos foram a infraestrutura e as finanças centralizadas (CeFi), com 80% e 78% dos projetos, respectivamente. Esses tipos de startups conseguiram lançar produtos no mainnet.

O mundo dos jogos e do metaverso apresentou desempenho negativo. De acordo com Regan Bozman, cofundador da Lattice, “Correr atrás de narrativas pode te deixar rekt.” Mas, apesar de US$ 700 milhões investidos em rodadas seed de jogos, esse setor mostrou algumas das maiores taxas de falha. Além disso, conta com um elevado número de projetos ativos sem produtos lançados.

O futuro das startups digitais

Os analistas da Lattice alertam que, apesar do desempenho encorajador da coorte de 2022, essa geração de startups enfrenta desafios crescentes. Então, com um mercado estagnado e a participação de novos investidores em queda, a busca pelo “Product Market Fit” se torna ainda mais complicada.

Além disso, um aumento no número de novas startups em estágio inicial, aliado a um “mercado de lançamento de tokens mais apertado”, gera um cenário onde mais empreendimentos terão dificuldades para colocar seus tokens no mercado. O relatório observa que, diante desses desafios, os investidores tendem a redirecionar seus recursos para setores que estão em alta.

Portanto, a mensagem é clara: “Os retornos não vêm de perseguir o que está em alta agora, mas de perguntar o que estará em alta em 1-2 anos.” Assim, a adaptação e a visão de longo prazo serão cruciais para o sucesso das startups cripto nos próximos anos.

Paulo Cardoso
Paulo Cardoso
Formado pela PUC-RJ (2002) em Jornalismo, com Pós Graduação na ESPM-RJ (2006) em Comunicação com o Mercado. Trabalhou em rádio, jornal, editora de livros como revisor e agências de publicidade como redator, estratégia de negócio e social media. Editorias trabalhadas: entretenimento, futebol, política, economia, petróleo, marketing, negócios, iGaming e tecnologia.
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