segunda-feira, novembro 25, 2024
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Blockchain pode ajudar a combater falsificações

A ascensão das tecnologias digitais trouxe um desafio multifacetado às redes sociais. Atualmente, a internet está repleta de deepfakes, bots e inteligências artificiais que simulam comportamentos humanos. Essa situação gera um clima de incerteza e desconfiança, especialmente em plataformas onde a autenticidade das interações é vital. Assim, diversos projetos usando blockchain têm se empenhado em desenvolver soluções eficazes para separar o real do artificial.

A dificuldade de diferenciar o real do falso

Estudos recentes indicam que entre 5% e 15% das contas do X (anteriormente conhecido como Twitter) são operadas por bots. Então, para agravar a questão, o Facebook baniu centenas de milhões de perfis falsos apenas no último trimestre. 

Portanto, é um panorama alarmante que exige atenção redobrada dos usuários e das próprias plataformas. Nesse contexto, jogos online também não escapam desse fenômeno. Muitos utilizam bots e IAs para executar tarefas simples, como a mineração de recursos ou simulações em jogos de criptomoedas, como o Hamster Kombat, visando obter airdrops.

Mas identificar bots pode ser uma tarefa relativamente simples em alguns casos. Muitas vezes, eles apresentam comportamentos repetitivos, agem de forma irregular ou fazem erros que um humano evitaria. 

No entanto, a questão se torna desafiadora quando consideramos a evolução constante da tecnologia. Pesquisas da Universidade de Waterloo, em Ontário, revelam que humanos não têm tanta habilidade em diferenciar cópias genuínas de representações geradas por máquinas.

De acordo com um estudo feito em março, que convidou 260 participantes para classificar 20 imagens de rostos. Mas na amostra eram 10 genuínos e 10 gerados por IAs como Stable Diffusion e DALL-E. O resultado foi surpreendente: apenas 61% dos participantes conseguiram completar a tarefa com precisão.

Esse número fica bem abaixo da expectativa dos pesquisadores, que era de 85%. Com isso, a busca por provas de humanidade se torna ainda mais urgente.

Soluções em blockchain para garantir a autenticidade

Assim, em resposta a essa crise de confiança, diversos projetos têm surgido para oferecer soluções inovadoras. Shady El Damaty, cofundador da plataforma de identidade digital baseada em blockchain Holonym, compartilha a abordagem de sua empresa: 

“No seu núcleo, as chaves humanas são chaves privadas. Mas, em vez de serem derivadas de aleatoriedade, são derivadas de atributos humanos, como dados biométricos e dados pessoais, como senhas.” 

Um exemplo seria a criação de uma carteira digital por meio de uma digitalização facial ou de informações do Seguro Social.

Além disso, a Civic, outro projeto baseado em blockchain, apresentou um sistema de identificação digital bem interessante. Titus Capilnean, vice-presidente da Civic, afirmou que a “simples transmissão de vídeo” é uma forma eficaz de confirmar a autenticidade e a unicidade de uma pessoa. 

Portanto, essa abordagem evita o atrito que processos de verificação mais complexos muitas vezes acarretam.

Por isso, outras iniciativas na blockchain também têm buscado soluções para o problema:

  • O Proof of Humanity, por exemplo, combina verificação social e submissão de vídeo para criar um sistema de verificação especificamente anti-Sybil
  • A Plataforma Privy oferece uma abordagem de autenticação que promove a gestão de chaves de forma segura e em larga escala.
Paulo Cardoso
Paulo Cardoso
Formado pela PUC-RJ (2002) em Jornalismo, com Pós Graduação na ESPM-RJ (2006) em Comunicação com o Mercado. Trabalhou em rádio, jornal, editora de livros como revisor e agências de publicidade como redator, estratégia de negócio e social media. Editorias trabalhadas: entretenimento, futebol, política, economia, petróleo, marketing, negócios, iGaming e tecnologia.
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