Recentemente, a Arkham Intelligence revelou uma situação alarmante relacionada a carteiras de criptomoedas do governo dos EUA. Essas carteiras, que estão ligadas ao infame ataque hacker da Bitfinex, foram comprometidas em transações que superaram a cifra de US$ 20 milhões em Bitcoin. Esse episódio levanta questões importantes sobre a segurança e a transparência das operações realizadas por autoridades governamentais.
Retirada suspeita de Bitcoin
A análise da Arkham indica que toda a movimentação começou com uma transferência de cerca de US$ 20 milhões para uma nova carteira. Essa quantia seguiu para plataformas descentralizadas (DEXs), onde misturaram os fundos em endereços considerados suspeitos, intensificando as preocupações sobre atividades irregulares.
Assim, essa sequência de ações sugere uma tentativa clara de lavagem de dinheiro com Bitcoin, um comportamento que surpreendeu muitos especialistas no mercado de criptomoedas. Uma das manobras mais intrigantes ocorreu quando a carteira começou a retirar ETH e stablecoins de pools de empréstimos da Aave.
Então, a escolha de uma plataforma tradicionalmente não ligada a ações governamentais deixou muitos perplexos. No entanto, a ausência de qualquer pronunciamento oficial do governo dos EUA sobre os procedimentos adotados aumenta ainda mais a perplexidade dos analistas sobre o golpe envolvendo os Botcoin.
Este silêncio é quase incomum, especialmente em um momento crucial em que a justiça americana se aproxima de devolver ativos à exchange.
Após essas movimentações iniciais, os fundos foram transferidos para um novo endereço, que por sua vez enviou parte dos ativos para a Binance. Essa prática surpreende, pois carteiras ligadas ao governo geralmente optam pela Coinbase Custody para gerenciar grandes volumes de Botcoin ou outras criptomoedas.
Portanto, essa mudança de comportamento desperta alertas nas comunidades de segurança e regulatórias, reforçando preocupações sobre sua natureza.
Rastreamento das transações e atividades suspeitas
Utilizando sua expertise em análise on-chain, a Arkham rastreou as transações e descobriu que parte dos fundos foi enviada para um agregador DEX chamado 1Inch. Nesse processo, a Arkham trocou o AUSDC por 15 ETH, o que indica um movimento direto possivelmente relacionado a atividades de lavagem de dinheiro.
Além disso, a análise identificou transações enviadas a carteiras de alto saldo, sem conexão com exchanges conhecidas, reforçando a suspeita de uma movimentação incomum.
Ou seja, esse comportamento fugiu do padrão habitual do governo dos EUA, que costuma proceder com transparência ao gerenciar sua carteira de criptomoedas. A falta de avisos ou comunicados sobre essas ações contribui para a crescente desconfiança nas operações governamentais, especialmente com um histórico tão conturbado.
Mas essa não é a primeira vez que o hacker do ataque à Bitfinex se torna foco da atenção. Em 2022, as autoridades americanas descobriram que parte dos fundos do hack estava sob controle de Ilya Lichtenstein e Heather R. Morgan, que possuíam mais de 94 mil BTC.
Porém, vale lembrar que esse ataque, ocorrido em 2016, resultou no roubo de 119.765 BTC, um dos maiores furtos da história das exchanges de criptomoedas.
De qualquer forma, até o fechamento deste artigo, o governo dos EUA ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso. Isso acaba deixando a comunidade de criptomoedas e especialistas em segurança em estado de alerta.