quarta-feira, dezembro 18, 2024
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Fundo de aposentadoria da Austrália Investe milhões de dólares em Bitcoin

O AMP, um grande fundo de aposentadoria australiano, investiu US$ 27 milhões em Bitcoin, surpreendendo o mercado de criptomoedas. Esse movimento marca uma mudança significativa em um setor que administra cerca de US$ 4 trilhões na Austrália. No entanto, gerou debates sobre a volatilidade do Bitcoin, uma preocupação constante no mercado.

AMP é pioneira na adoção de Bitcoin  

Com essa iniciativa, o AMP se tornou o primeiro grande fundo de superannuation a incluir Bitcoin em seu portfólio. A decisão reflete meses de estudo e análise por parte da equipe de investimentos da empresa.  

Steve Flegg, gerente sênior da AMP, destacou em uma publicação no LinkedIn: “A criptomoeda cresceu demais e seu potencial é grande demais para ser ignorado por mais tempo.”  

O investimento está vinculado ao programa de Alocação Dinâmica de Ativos do fundo. Essa estratégia busca diversificar investimentos e se adaptar às tendências do mercado.  

Por que o Bitcoin?  

Stuart Eliot, chefe de gestão de portfólio da AMP, explicou que a exposição ao Bitcoin representa apenas 0,05% dos ativos totais de superannuation da empresa. Ele justificou a decisão citando mudanças no mercado, como o crescimento de ETFs de criptomoedas geridos por grandes instituições globais.  

Anna Shelly, diretora de investimentos do AMP, reforçou o posicionamento. Segundo ela, o investimento é voltado para clientes com portfólios equilibrados e foco em crescimento.  

“Com US$ 27 milhões, isso representa apenas uma fração dos nossos US$ 57 bilhões em ativos sob gestão”, afirmou Shelly.  

Debate no setor de aposentadoria da Austrália

Apesar do pioneirismo, a decisão do AMP dividiu opiniões. Críticos, como Michele Bullock, governadora do Banco Central da Austrália, argumentam que o Bitcoin não é estável e não gera rendimentos. Por isso, seria uma escolha questionável para fundos de aposentadoria.  

No entanto, o movimento do AMP segue uma tendência global. Nos EUA, fundos de pensão estão investindo mais em Bitcoin através de ETFs regulamentados. O iShares Bitcoin Trust ETF, da BlackRock, acumulou mais de US$ 50 bilhões, destacando o interesse institucional crescente.  

Perspectivas para o futuro

O AMP investiu no Bitcoin em um momento de alta, com preços entre US$ 60 mil e US$ 70 mil. Mesmo com os riscos, a estratégia de destinar uma pequena parte do portfólio ao ativo digital pode colocá-lo na frente de uma potencial revolução no setor de investimentos para aposentadoria.  

Se outros fundos australianos seguirão o exemplo do AMP ainda é incerto. Porém, essa decisão pode abrir as portas para uma maior adoção do Bitcoin nesse mercado.  

Assim, com o aumento da aceitação institucional, o Bitcoin pode se consolidar como uma nova classe de ativos nos próximos anos. Mas a escolha do AMP serve como um marco, sinalizando uma mudança no mercado financeiro tradicional.  

Portanto, resta saber se o setor de aposentadoria australiano está pronto para embarcar nessa transformação digital.

Paulo Cardoso
Paulo Cardoso
Formado pela PUC-RJ (2002) em Jornalismo, com Pós Graduação na ESPM-RJ (2006) em Comunicação com o Mercado. Trabalhou em rádio, jornal, editora de livros como revisor e agências de publicidade como redator, estratégia de negócio e social media. Editorias trabalhadas: entretenimento, futebol, política, economia, petróleo, marketing, negócios, iGaming e tecnologia.
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