A Rússia, sob o comando de Vladimir Putin, voltou a colocar o Bitcoin e outras criptomoedas na mira de suas restrições. Anatoly Aksakov, membro da Duma Federal da Rússia, anunciou que um projeto de lei será apresentado em setembro de 2024 com o objetivo de proteger a moeda local, o rublo. Desde que começou a enfrentar sanções dos EUA, a Rússia tem recorrido a outras moedas para o comércio internacional, principalmente o yuan chinês. Mas, nesse cenário, o Bitcoin surge como uma alternativa para os cidadãos russos escaparem das sanções.
Rússia pode ter ajuda dos BRICS
Recentemente, Sergei Ryabkov, vice-ministro das relações exteriores da Rússia, revelou que o BRICS estuda a utilização de stablecoins. Ou seja, a ideia seria usar uma plataforma que integre os sistemas financeiros dos países membros: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
A Rússia vê o Bitcoin como uma ameaça ao rublo. Putin já expressou sua insatisfação com as sanções americanas, que, segundo ele, enfraqueceram o dólar, pilar principal dos EUA. No entanto, essas sanções também teriam impulsionado o uso de criptomoedas na região por cidadãos que buscam escapar da pressão política.
O novo projeto de lei russo ecoa as ações da China nos últimos anos, que incluíram a proibição do setor de mineração. Aksakov fez as declarações para o jornal local NSN.
“Estamos falando da proibição de transações com bitcoins e outras criptomoedas. Serão permitidos ativos financeiros digitais emitidos na jurisdição russa, como rublos digitais.”
“A necessidade da proibição se deve ao fato de hoje as criptomoedas serem pseudo-moedas que substituem o rublo no país.” – declarou Aksakov. “Mas apenas o rublo russo cumpre a missão de unidade monetária, razão pela qual esta decisão foi tomada. A proibição entrará em vigor em 1º de setembro.”
EUA abraçou o Bitcoin, mas tenta controlá-lo
No entanto, essa não é a primeira vez que a Rússia ameaça banir a mineração e o uso de Bitcoin. Em 2022, o Banco Central russo fez uma sugestão de proibição, mas o Ministro das Finanças russo e outros políticos contestaram a proposta.
Enquanto isso, os EUA abraçaram o Bitcoin desde a proibição da China. Tornaram-se o maior hub de mineração do mundo e aprovaram ETFs da criptomoeda em janeiro deste ano, um mercado que já movimentou bilhões de dólares.
No entanto, o governo americano intensificou o combate ao uso de Bitcoin e outras criptomoedas para fins ilícitos. Na semana passada, o FBI alertou que usuários de corretoras sem KYC poderiam sofrer perdas financeiras devido a investigações sobre essas plataformas.
Além da guerra contra serviços focados em privacidade, como mixers e carteiras, o país também solucionou diversos crimes multibilionários nos últimos anos. Portanto, ao contrário da Rússia, os EUA abraçaram o Bitcoin, mas estão tentando controlar tudo ao seu redor.