Acionistas da Amazon querem que a empresa invista parte de seus US$ 88 bilhões em Bitcoin. Liderada pelo NCPPR (National Center for Public Policy Research – Centro Nacional de Pesquisa em Políticas Públicas americano), a proposta busca proteger os recursos da empresa contra a inflação. Esse movimento acompanha uma tendência entre grandes corporações que enxergam o Bitcoin como alternativa estratégica para preservar o valor do dinheiro.
Bitcoin é uma defesa contra a inflação
Na proposta enviada à Amazon, o NCPPR destacou que a inflação pode reduzir significativamente o valor das reservas de caixa da empresa. Segundo o centro, o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) subestima a inflação real, que pode estar perto de 10%.
O grupo destacou que, mesmo com a volatilidade de curto prazo, o Bitcoin supera os títulos corporativos ao longo do tempo. Por isso, sugeriu que a Amazon inclua Bitcoin em seu tesouro, assumindo o risco momentâneo.
A gigante do e-commerce já demonstrou interesse em blockchain, com iniciativas em serviços gerenciados e contratações de especialistas em criptomoedas. No entanto, a empresa ainda não aceita pagamentos em Bitcoin nem investiu em ativos digitais.
Analistas acreditam que, se a Amazon optar por investir em Bitcoin, isso pode inspirar outras gigantes como a Apple a seguir o mesmo caminho. “Primeiro a Microsoft, agora a Amazon. A Apple é a próxima… depois todas as salas de reunião”, comentou um entusiasta do Bitcoin.
Embora a proposta seja ousada, críticos apontam que o caixa líquido da Amazon é limitado em relação às suas operações. A empresa possui US$ 67 bilhões em dívidas e US$ 87 bilhões em passivos de arrendamento. Isso reduz a flexibilidade para alocações arriscadas como o Bitcoin.
Mesmo assim, a proposta será discutida na reunião anual de acionistas de 2025, mas as expectativas são de uma recepção morna.
Microsoft também passa pela mesma situação
A Amazon não está sozinha nessa discussão. Acionistas da Microsoft votarão em uma proposta similar na próxima terça-feira (10). A administração da Microsoft recomendou que os acionistas rejeitem a ideia, afirmando que eles já revisam continuamente suas estratégias financeiras.
Assim, mesmo com a resistência, investidores como a BlackRock têm influência e podem apoiar a proposta de adotar Bitcoin na Microsoft. Michael Saylor, da MicroStrategy, acredita que isso poderia agregar até US$ 5 trilhões ao valor de mercado da empresa.
Empresas como Tesla e MicroStrategy já demonstraram os benefícios de incluir Bitcoin em seus tesouros. Recentemente, a Rumble, uma plataforma de vídeo, seguiu o mesmo caminho, adotando o Bitcoin como reserva após uma conversa com Saylor.
Portanto, a tendência reflete preocupações crescentes com a inflação e o aperto monetário global, levando cada vez mais empresas a considerar o Bitcoin como uma proteção financeira estratégica.