A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) emitiu um alerta sobre a coleta de dados da Worldcoin no Brasil. A empresa oferece 53 WLD (aproximadamente R$ 739) em criptomoedas para quem cadastrar sua íris.
A ANPD anunciou, em 11 de novembro, a instauração de um processo de fiscalização contra a Worldcoin. A investigação focará no tratamento de dados biométricos no projeto World ID, levantando preocupações sobre segurança e privacidade dos dados pessoais sensíveis.
Dados biométricos sensíveis coletados pela Worldcoin
A ANPD classifica dados como íris, impressões digitais, formato do rosto e voz como sensíveis. Por apresentarem maiores riscos, a legislação estabelece regras rigorosas para seu tratamento. Isso inclui limitações legais que buscam proteger os direitos fundamentais dos titulares desses dados.
A empresa responsável pela Worldcoin, a Tools for Humanity (TFH), foi notificada a esclarecer diversos aspectos relacionados à coleta e ao uso dessas informações. Assim, entre os pontos solicitados estão:
- O contexto das atividades de tratamento;
- As bases legais para coleta e uso dos dados;
- A transparência nas operações de tratamento;
- A segurança das informações coletadas;
- O impacto potencial sobre os direitos dos titulares.
A ANPD também solicitou documentos como o Registro de Operações de Tratamento de Dados Pessoais e o Relatório de Impacto à Proteção de Dados Pessoais.
Ou seja, a ANPD ressalta que as tecnologias de coleta biométrica precisam respeitar a legislação vigente e garantir a proteção dos direitos fundamentais dos usuários. “Por tudo isso, é crucial que o titular de dados entenda os riscos associados ao tratamento de seus dados pessoais, em particular os biométricos”, afirmou a autoridade.
Ana Carvalhido, representante da Worldcoin no Brasil, declarou que já ocorreram várias reuniões com reguladores. Então, ela destacou que o objetivo principal do projeto é garantir uma identificação anônima, diferenciando humanos reais de bots e contas falsas.
Dicas para proteger seus dados biométricos
A ANPD recomenda uma série de cuidados antes de compartilhar dados biométricos:
- Leia os termos de uso e a política de privacidade. Certifique-se de que há uma finalidade clara e proteção adequada dos dados.
- Pesquise a reputação da empresa que coleta as informações. Verifique se há críticas ou preocupações públicas.
- Avalie se a coleta é realmente necessária para o serviço oferecido. Pois dados biométricos são permanentes e não podem ser alterados em casos de uso indevido.
- Proteja dados de crianças e adolescentes. A LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) exige que o tratamento de informações desse público seja compatível com o melhor interesse deles.
Assim, em apenas um mês no Brasil, a Worldcoin registrou mais de 150 mil cadastros. Ou seja, esse número demonstra o crescente interesse em soluções que diferenciem interações humanas de automações digitais.
Mas, apesar dos avanços tecnológicos, os usuários precisam estar atentos aos riscos envolvidos. Portanto, é essencial priorizar a privacidade e a segurança dos dados pessoais.