Durante um painel sobre tokenização e plataformas programáveis, o presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, destacou o potencial da moeda digital Drex. O evento ocorreu em Washington, durante as reuniões do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, sendo uma reunião importante para discutir o futuro das economias globais.
Banco Central acredita na tokenização
Campos Neto enfatizou que a combinação entre a tokenização, especialmente os tokens de ativos do mundo real (RWA), e o open finance ainda é subestimada. Ele acredita que essa combinação pode proporcionar muito mais oportunidades do que o mercado financeiro reconhece atualmente.
Assim, o presidente do Banco Central argumentou que o futuro das finanças depende da criação de um ambiente integrado. Portanto, nesse cenário, a tokenização e os pagamentos instantâneos poderão coexistir, propiciando uma transformação significativa na interação entre pessoas e instituições com o dinheiro.
De acordo com Campos Neto, o Drex tem a função de ser uma peça-chave nesse novo panorama. Ele trouxe à luz que a moeda digital poderia oferecer mais eficiência e produtividade na gestão de riscos, garantias e funding pelos bancos.
Então, através dos tokens, será possível gradualmente substituir o modelo atual baseado em contas tradicionais, facilitando um gerenciamento mais eficaz. Além disso, Campos Neto destacou o potencial do open finance.
Ele defendeu a criação de um agregador de serviços financeiros que conectaria usuários ao Pix, Drex e a diversos outros produtos bancários em uma única plataforma. Essa integração, conforme sua perspectiva, aceleraria a adoção de inovações digitais e fortaleceria o sistema financeiro brasileiro a nível global.
O que esperar da nova gestão
Enquanto Campos Neto ressalta o potencial do Drex, a responsabilidade pelo futuro da moeda digital agora recai sobre Gabriel Galípolo, o novo presidente do Banco Central. Denise Cinelli, COO da CryptoMKT, expressou otimismo quanto à administração de Galípolo, acreditando que poderá promover mudanças que proporcionem um ambiente competitivo e saudável.
No contexto atual, muitos bancos brasileiros têm fechado contas de corretoras de criptomoedas sem aviso prévio, alegando “desinteresse comercial”. Tais ações não apenas minam o potencial do setor, mas também destacam a urgência de uma regulação que assegure condições justas para todos os participantes do mercado.
Cinelli apontou que a situação é preocupante, especialmente com grandes bancos como Nubank, Mercado Pago e Itaú oferecendo serviços de compra e venda de criptomoedas.
Ou seja, isso levanta preocupações sobre uma concorrência desleal. Pois instituições financeiras utilizam sua força de mercado para sufocar a concorrência de corretoras independentes.
“Isso configura uma concorrência desleal, onde as instituições financeiras estão se aproveitando de sua influência para dominar o setor.” – ressaltou Cinelli.