O Brasil deve investir mais de US$ 10 bilhões em criptoativos até 2024. De janeiro a julho, o país já gastou US$ 10,7 bilhões, segundo o Banco Central. A receita totalizou US$ 792 milhões, resultando em um saldo negativo de US$ 9,9 bilhões. Além disso, o saldo líquido e o valor das vendas das criptomoedas cresceram 50% em relação ao ano passado.
Em agosto Brasil empata compra de criptomoedas em 2023
As despesas foram de US$ 6,1 bilhões e as receitas de US$ 180 milhões, para um saldo total de -US$ 5,9 bilhões. O valor se aproxima do saldo líquido total de -US$ 11,7 bilhões registrado em 2023.
Em julho, o BC registrou US$ 1,4 bilhão em compras e US$ 55 milhões em vendas, totalizando um saldo líquido negativo de US$ 1,36 bilhão. É provável que, até agosto, o valor gasto com criptomoedas pelos brasileiros em 2024 supere o total do ano passado.
O BC registra a compra e venda de criptoativos como despesas e receitas, respectivamente. Um saldo líquido negativo significa que as pessoas estão comprando mais ativos criptográficos.
Contudo, o impacto negativo de US$ 9,9 bilhões não pesará no resultado da balança comercial brasileira. Em junho, a Colúmbia Britânica adotou uma norma técnica publicada em 2019 pelo FMI, alterando o status das criptomoedas nas estatísticas da balança de pagamentos.
Os criptoativos sem emitentes, anteriormente tratados como ativos, são agora considerados “ativos não financeiros não produtos.” Com essa medida, a balança comercial não registra mais as importações de criptomoedas, que agora entram na conta de capitais.
Julho foi o pior mês do ano
A conta de capitais inclui operações de compra e venda de bens e transferências de capitais. A revisão metodológica é retroativa, ajudando a reduzir o déficit em conta corrente do Brasil em 2023 e 2024.
Mesmo com a mudança no status contábil das criptomoedas, o Brasil teve um déficit em conta corrente de US$ 5,1 bilhões em julho. Esse déficit resultou principalmente das importações de serviços, como transporte, seguros e viagens internacionais.
Assim, o déficit das contas externas do Brasil alcançou o maior nível desde 2019. Entre janeiro e julho, o saldo negativo foi de US$ 25,5 bilhões, mais que o dobro do ano passado.
Ao mesmo tempo, o Banco Central está abrindo consulta pública sobre a regulamentação de criptomoedas no país. O foco é a prestação de serviços de negociação e custódia, conforme noticiado pelo Cointelegraph Brasil.
Portanto, a regulamentação das exchanges de criptomoedas só será finalizada no início de 2025. Essa informação foi fornecida por Otávio Damaso, diretor de regulação do BC.