sexta-feira, dezembro 13, 2024
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Brasil tem papel estratégico na startup de criptomoedas de Sam Altman  

O Brasil voltou a ocupar uma posição central nos planos da World, o inovador projeto de identidade digital liderado pela Tools for Humanity (TFH). A startup, cofundada por Sam Altman, CEO da OpenAI, tem como objetivo democratizar o acesso à economia global por meio de um sistema que combina tecnologia biométrica e economia digital.  

Em 13 de novembro, a World retomou as operações no Brasil após interrompê-las por conta de questões regulatórias. A iniciativa trouxe consigo 10 pontos de coleta para escaneamento de íris, em troca de 53 unidades do token nativo WLD – cerca de US$ 125, segundo o CoinGecko.  

Brasil é o pilar estratégico no cenário global  

Damien Kieran, Chief Privacy Officer da TFH, enfatizou o papel essencial do Brasil na estratégia global do projeto. Segundo ele, “o tamanho e a relevância do Brasil são indispensáveis para verificar o maior número possível de pessoas no mundo e proporcionar a elas acesso à economia global.”  

São Paulo foi escolhida como a cidade inicial devido à sua importância econômica e diversidade populacional. No entanto, há perspectivas de expansão para outras regiões do país, conforme a demanda de usuários evoluir.  

Os Orbs capturam imagens de alta resolução da íris para realizar a coleta de dados biométricos de maneira eficiente. Atualmente, mais de 900 desses aparelhos estão em operação globalmente.  

Operadores independentes processam os dados coletados e seguem um rigoroso código de conduta em suas atividades. “Eles devem respeitar as leis locais das jurisdições em que atuam”, afirmou Kieran, destacando que nem a World Foundation nem a TFH têm controle direto sobre esses profissionais.  

Controvérsias no lançamento  

Lançado oficialmente em julho de 2023, o projeto Worldcoin surgiu com a ambição de criar uma identidade digital universal e distribuir renda básica universal (UBI). A ideia, descrita como uma resposta à automação do mercado de trabalho, despertou atenção global, especialmente pela participação de Sam Altman como um de seus idealizadores.  

Apesar de atingir 16 milhões de usuários em pouco mais de um ano, a World enfrentou críticas e investigações em diversos países. Alguns governos questionaram suas práticas de coleta de dados e a possível invasão de privacidade associada ao uso de tecnologia biométrica.  

Mas Kieran reconheceu que um dos principais desafios do projeto é combater os mal-entendidos sobre o funcionamento do protocolo. De acordo com ele, a tecnologia da World foi projetada para garantir anonimato e segurança por meio de recursos como a: 

  • Prova de Conhecimento Zero (ZK-Proof) 
  • Computação Multipartidária Anônima (AMPC)

Portanto, na prática, os Orbs capturam a imagem da íris e a transformam em um código criptografado. “A imagem não é armazenada, e os dados pessoais são protegidos de ponta a ponta”, explicou Kieran. 

Assim, o código gerado permite que os usuários provem que são humanos únicos sem expor informações pessoais.  

Em resumo, com a retomada das operações no Brasil, a World reforça sua intenção de expandir para outros mercados estratégicos. Assim, o projeto busca equilibrar inovação tecnológica com o compromisso de respeitar a privacidade dos usuários.  

Paulo Cardoso
Paulo Cardoso
Formado pela PUC-RJ (2002) em Jornalismo, com Pós Graduação na ESPM-RJ (2006) em Comunicação com o Mercado. Trabalhou em rádio, jornal, editora de livros como revisor e agências de publicidade como redator, estratégia de negócio e social media. Editorias trabalhadas: entretenimento, futebol, política, economia, petróleo, marketing, negócios, iGaming e tecnologia.
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