A Caixa Econômica Federal (CEF) e o Banco do Brasil (BB) estão liderando inovações no projeto piloto do Drex, a versão digital do real brasileiro. Mas, apesar de estarem em consórcios separados, os bancos estão desenvolvendo soluções para a mesma área, pagamentos offline usando o Drex. Ou seja, o objetivo é para permitir que os brasileiros possam realizar transações sem conexão à internet. Isso seria ótimo, já que a conexão brasileira não é igual em todo território.
Caixa com pagamentos offline com Elo e Microsoft
Para se ter uma ideia, 16% dos domicílios brasileiros ainda não possuem acesso à internet, de acordo com a pesquisa TIC Domicílios de 2023. Portanto, isso representa, aproximadamente, 29 milhões de brasileiros completamente desconectados à rede em 2023, seja pelo computador de casa ou celular.
Assim, nesse cenário, a Caixa anunciou uma parceria com a Elo e a Microsoft para criar um sistema de pagamentos digitais offline. A ferramenta desenvolvida pela Caixa visa permitir transações financeiras em regiões remotas e pouco assistidas do Brasil.
Um exemplo citado é o recebimento do voucher do Bolsa Família sem que os beneficiários precisem se deslocar para áreas urbanas. Atualmente, moradores de comunidades ribeirinhas precisam viajar para sacar seus benefícios.
Já o Banco do Brasil, em parceria com a empresa alemã Giesecke + Devrient (G+D), está testando pagamentos offline duplos consecutivos. A solução já foi implementada em outras partes do mundo, como na moeda digital de Gana.
Assim, como destacou Hélio Inoue, diretor de vendas da G+D, a tecnologia permitiu transações digitais em aldeias remotas da África Subsaariana, onde apenas 29% da população possui internet móvel.
Julierme de Souza, executivo de tecnologia do BB, explicou que a base da solução de pagamento offline é “token money”. Os dispositivos operam offline e garantem a segurança das transações entre carteiras. Quando o dispositivo encontra uma conexão à internet, a tecnologia concilia todas as transações realizadas durante o período offline.
Benefícios e oportunidades para o Drex
Rodrigo Mulinari, diretor de tecnologia do BB, destacou que o desenvolvimento dessas funcionalidades reflete a compreensão do banco sobre o potencial do Drex. Segundo ele, o Drex tem o poder de reestruturar processos das instituições financeiras e extrapolar as fronteiras dos bancos com contratos inteligentes.
A Caixa afirmou que sua solução trará benefícios para regiões mais remotas e pouco assistidas, além de criar novas oportunidades de negócios. A implementação das ferramentas depende do Banco Central, que coordena o piloto do Drex e avaliará os casos de uso apresentados pelos bancos.
As inovações da Caixa e do BB no projeto Drex são passos significativos para a inclusão financeira no Brasil. Com soluções de pagamentos offline, milhões de brasileiros poderão realizar transações de maneira mais fácil e segura, mesmo em regiões sem acesso à internet. O sucesso dessas iniciativas depende agora da avaliação e coordenação do Banco Central.