No coração da província de Gyeonggi, a cidade de Paju está revolucionando a fiscalização tributária. As autoridades locais adotaram uma abordagem inovadora para combater a sonegação fiscal, mirando diretamente nos ativos digitais, mais precisamente nas criptomoedas, dos contribuintes inadimplentes.
Criptomoedas na Mira do Fisco na Coréia do Sul
Somente na última semana, 17 contribuintes receberam uma notificação que pode mudar completamente sua situação financeira. O valor em aberto? Impressionantes 124 milhões de wones sul-coreanos, o equivalente a aproximadamente US$ 88.600.
Portanto, a mensagem do governo da Coréia do Sul é bem clara: ou o cidadão paga seus impostos, ou terá seus criptomoedas confiscadas pelo estado. As autoridades não estão brincando e prometem rastrear cada centavo escondido nas exchanges.
Estratégia de caça aos sonegadores digitais
Esta não é a primeira vez que Paju demonstra sua força. Em julho, os fiscais já haviam confiscado 100 milhões de wones em criptoativos, mandando um recado importante para potenciais devedores.
A justificativa oficial é simples: cidadãos estão usando criptomoedas como esconderijo para fugir de suas obrigações fiscais. Uma prática que agora encontra resistência firme das autoridades locais.
Tokenização: o futuro dos reembolsos fiscais
Enquanto isso, o NongHyup Bank caminha na direção oposta. A instituição está explorando a tokenização de reembolsos de impostos, em parceria com a Fireblocks.
A novidade promete transformar completamente a experiência de restituição de impostos, oferecendo:
- Rastreamento em tempo real
- Redução de riscos de fraude
- Identificadores digitais únicos
- Maior transparência nas transações
Michael Shaulov, CEO da Fireblocks, destaca as vantagens: um “registro imutável” que aumenta significativamente a confiança entre bancos e clientes.
Assim, a estratégia de Paju manda um recado ao mercado cripto, ninguém está acima da lei. Os dias de esconder dinheiro parecem estar contados.
A medida pode surtir efeito inicial, mas sua eficácia a longo prazo gera dúvidas. De acordo com o advogado Fábio Silva, especialista em Bitcoin, muitos futuros devedores evitarão deixar criptomoedas em corretoras para escapar do confisco.
“O Bitcoin é inconfiscável em autocustódia. Contudo, quando está sob custódia de empresas, o governo pode solicitar o bloqueio. No Brasil, isso exige a expedição de ofícios individuais para cada corretora. Porém, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) está desenvolvendo o CriptoJud, que busca integrar as exchanges brasileiras ao Poder Judiciário, acelerando o processo de bloqueio”, explicou Silva.