domingo, novembro 24, 2024
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Criptomoedas não crescem mais no Brasil por causa de insegurança e medo

O Brasil é pioneiro na adoção de inovações. É o segundo mercado de fintech da América Latina, lidera em número de smartphones per capita e é o quinto país com mais usuários de Internet no mundo. Então, por que uma população tão receptiva à tecnologia está mudando sua atitude em relação às criptomoedas? Veja a seguir.

Insegurança em obter as criptomoedas

Esta questão motivou um novo estudo de mercado de criptografia conduzido por Sherlock. O Brasil possui um ecossistema de criptomoedas robusto, ficando atrás apenas da Argentina. No entanto, 42% dos entrevistados do estudo da Sherlock não investem em criptoativos. 

Eles expressam preocupações sobre a segurança de seus fundos. Além disso, a popularidade crescente das criptomoedas trouxe à tona casos de fraudes. Esses incidentes ganharam destaque na mídia, aumentando a desconfiança entre os potenciais investidores. 

Nos últimos cinco anos, cerca de 4 milhões de brasileiros perderam cerca de 40 bilhões de reais. Essa lista inclui nomes famosos como Sasha Meneghel, Gustavo Scarpa e Rafael Portugal. A cada semana, fraudes e golpes ganham espaço nos noticiários e, segundo pesquisas, continuam afastando os brasileiros do mercado de criptoativos.

“É comum ouvir expressões como ‘É seguro?’ ou ‘É melhor tomar cuidado’ ao falar sobre criptomoedas em um jantar em família,” afirma César Félix, gerente de CX da NovaDAX. Essa desconfiança se reflete na hesitação em investir no setor.

Desigualdade social também influencia

Desigualdade social e a falta de conhecimento são barreiras significativas. Além disso, a falta de dinheiro para investir aparece como um dos principais motivos para quem ainda investe em criptomoedas. 

No entanto, no Brasil, 32% dizem não ter dinheiro suficiente para investir, em comparação com 33% na Argentina e 30% no Peru.  

Estudos revelam que a renda média anual de um investidor em criptoativos é de US$ 25 mil, ou R$ 136 mil. Além disso, 71% dos investidores têm diploma universitário. 

Muitos brasileiros não se encaixam no perfil de investidores em criptomoedas. A renda média no país é de apenas R$ 1.848 por mês. Assim, o acesso a esses investimentos permanece restrito para a maioria da população.

Félix destaca que o Bitcoin nasceu com a ideia de ser uma moeda universal acessível a todos. Portanto, democratizar o acesso e facilitar o uso é essencial. Além disso, é crucial promover o conhecimento sobre criptomoedas. Esses esforços ajudam a integrar mais pessoas no mercado financeiro digital.

Regulamentação das criptomoedas

Mas, outro ponto levantado pelo estudo, mostra que o que faria mudar de ideia sobre investir em criptoativos é a regulamentação. No Brasil, 21% dizem que investiriam se as criptomoedas fossem totalmente regulamentadas. Comparativamente, 22% no México e 25% na Colômbia também se mostraram favoráveis.

Aqui no país, o processo regulatório ainda está em fase de estruturação junto ao Banco Central. Algumas alterações já foram implementadas, como penas mais duras no Código Penal para lavagem de dinheiro e fraude de ativos virtuais, além de regras para a execução de intercâmbios.

“Ao crescer, a necessidade de regulamentação também se torna aparente. As pessoas precisam sentir-se seguras e apoiadas por organizações que garantam seus direitos,” acrescenta César Félix.

Paulo Cardoso
Paulo Cardoso
Formado pela PUC-RJ (2002) em Jornalismo, com Pós Graduação na ESPM-RJ (2006) em Comunicação com o Mercado. Trabalhou em rádio, jornal, editora de livros como revisor e agências de publicidade como redator, estratégia de negócio e social media. Editorias trabalhadas: entretenimento, futebol, política, economia, petróleo, marketing, negócios, iGaming e tecnologia.
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