O mercado de criptomoedas está em crescimento tanto no Brasil quanto no restante da América Latina, conforme apontou uma pesquisa da Sherlock Communications. No Brasil, a parcela de pessoas que já investem em cripto aumentou de 14% em 2023 para 24% em 2024.
Brasileiro investe em criptomoedas como forma de poupança
De acordo com a pesquisa, as criptomoedas e a tecnologia blockchain têm grande apoio na América Latina e avanços em processos regulatórios, apesar de desafios como a obtenção de informações claras sobre seu funcionamento. Foram entrevistadas 3.438 pessoas na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru.
A pesquisa revela que 19% dos latino-americanos já investem em criptomoedas, um aumento em relação aos 11% de 2023. No Brasil, a principal razão citada para o investimento é como forma de guardar dinheiro para o futuro, mencionada por 45% dos entrevistados. Além disso, 35% veem as criptomoedas como um meio de complementar seus ganhos.
Então, entre os brasileiros que ainda não investem em criptomoedas, 49% apontam a falta de conhecimento suficiente como principal motivo. Isso mostra a importância da educação do público sobre o assunto para intensificar a expansão do setor.
Outro ponto destacado pela pesquisa é o alto apoio à regulação do mercado de criptomoedas. No Brasil, 78% dos entrevistados concordam com a necessidade de mais normas para regulamentar o setor. Mas para 68% não deveriam haver medidas que restrinjam a adoção desses ativos.
O Brasil aprovou o Marco Legal das Criptomoedas em 2022. Essa foi a primeira regulação específica do país para o mercado de criptomoedas que entrou em vigor em 2023. No entanto, ainda depende de regulamentação infralegal pelo Banco Central para ser implementado totalmente pelas empresas.
74% dos brasileiros acham que o DREX vai diminuir a burocracia bancária
Para Luiz Hadad, especialista em blockchain na Sherlock Communications, os dados reforçam a consolidação da adoção de criptomoedas no Brasil, liderando a América Latina e servindo de exemplo para outras nações. Hadad ressalta que o mercado brasileiro de criptomoedas é maduro, apesar dos desafios relacionados à obtenção de informações seguras e corretas.
Quanto à tecnologia blockchain, a pesquisa mostrou que 59% dos brasileiros acreditam que ela pode revolucionar a forma como os governos mantêm registros de saúde.
Além disso, 58% acreditam que a tecnologia pode ter um impacto positivo em comunidades subdesenvolvidas. Já 60% a veem como uma forma segura de enviar doações para organizações não governamentais.
Sobre o Drex, projeto de moeda digital de banco central (CBDC) em desenvolvimento no Brasil, 59% dos entrevistados acreditam que ele ajudará a combater a corrupção. Mas para 74% a esperança é que ela otimize pagamentos e reduza burocracias.
No entanto, 65% afirmaram não entender o suficiente sobre o assunto, e 56% estão preocupados com o possível uso do Drex pelos governos para monitorar os hábitos de consumo da população. Hadad destaca que ainda há muito trabalho a ser feito pelos governos e pela comunidade cripto em educar a população sobre o tema.
Portanto, vemos a necessidade de simplificar a narrativa das criptomoedas para que as pessoas possam entender as mudanças e o que a tecnologia poderá fazer por elas.