Antes do anúncio do Banco Central (BC) dos usos aprovados do Drex, a moeda digital do Brasil, começaram a surgir detalhes inéditos das propostas apresentadas por 16 consortes. Assim, a expectativa é que, inicialmente, as inovações promovidas pela Drex fiquem limitadas às transações entre instituições financeiras, onde o consumidor final sentirá os efeitos indiretamente.
Inovações no mercado financeiro
Mas a digitalização do mercado de capitais é uma prioridade das instituições. Entre as propostas estão:
- soluções como a tokenização de ativos, que transforma bens do mundo real em ativos digitais
- pagamentos offline, que permitem transações em países com poucas conexões.
“A tokenização das Notas do Produtor Rural facilitará a distribuição e o compartilhamento desse ativo, além de permitir o planejamento de pagamentos.” – explica Rodrigo Mulinari, diretor de tecnologia do Banco do Brasil.
Dessa forma, tanto Banco do Brasil, quanto a Caixa Econômica Federal estão investindo em soluções de pagamento offline. Mulinari anunciou um projeto em parceria com a empresa alemã G+D para criar sistemas que permitirão micropagamentos em áreas com acesso limitado à Internet.
Drex e Pix: uma comparação necessária
Mas, apesar das inovações, o Pix, sistema brasileiro de pagamentos instantâneos, continuará sendo uma das principais ferramentas para pequenas transações. “Muita gente me pergunta se o Drex terá tanto sucesso quanto o Pix.
Acredito que nada terá o mesmo sucesso que o Pix, porque ninguém previu que teria tanto sucesso”, disse Fabio Araújo, coordenador do projeto Drex do Banco Central do Brasil.
Para Renata Petrovic, head de inovação aberta do Bradesco, o Drex pode ser utilizado em movimentos mais difíceis. “Uma compra de padaria pode ser feita com Pix; uma transação mais complexa poderia usar Drex.” – declarou..
Desafios da escalabilidade e privacidade para o Drex
Um dos principais desafios da Drex é a escalabilidade. A tecnologia blockchain utilizada, baseada na plataforma Hyperledger Besu, tem limitações em relação ao Pix, que processa 6 mil transações por segundo. Em contrapartida, a rede Ethereum, com a qual o Drex é compatível, atingiu um recorde de 246 transações por segundo, revelando os limites do uso em larga escala.
Portanto, a transparência do blockchain, que registra imutavelmente todas as transações, desafia as leis de proteção de dados e de sigilo bancário. Para resolver este problema, diversas soluções foram desenvolvidas, como a utilização de provas de conhecimento zero, que permitem ocultar informações confidenciais de transações.