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Documentário lançado no Brasil fala sobre governança descentralizada e blockchain

Documentário lançado no Brasil fala sobre governança descentralizada e blockchain

Blockchain (Imagem: Getty Images)

A TftC, em parceria com Jean Hansen, da Peerbase, lançou o documentário “The Network Society”, que explora o conceito emergente de Network States. A produção apresenta uma nova perspectiva sobre organização social e governança, apoiada por tecnologia e redes descentralizadas (blockchain), em contraste com os modelos tradicionais de Estados centralizados, sejam democráticos ou autoritários.  

Esse conceito, popularizado por Balaji Srinivasan, propõe comunidades organizadas em torno de interesses, valores ou objetivos compartilhados. Assim, essas comunidades funcionam de forma descentralizada, com suporte de ferramentas como blockchain, Web3 e infraestruturas digitais. 

Os “Estados em Rede” podem existir virtualmente, mas também têm potencial para operar fisicamente, conectando comunidades globais por meio da tecnologia.  

Os desafios dos estados em rede e o blockchain 

O lançamento oficial do documentário aconteceu em um evento no Insper, em São Paulo, e contou com a presença de Anastasia Kalinina, da ReState Foundation. Durante a abertura, Kalinina destacou a importância do Quarto Setor, que combina esforços públicos, privados e não lucrativos, na construção de um futuro mais descentralizado e digital.  

Então, boa parte das filmagens ocorreu na charter city de Próspera, em Honduras, um exemplo prático das ideias defendidas no documentário. A produção traz entrevistas com líderes globais, como o próprio Balaji Srinivasan, oferecendo uma visão detalhada dos pilares que sustentam os Estados em Rede.  

Entretanto, o projeto de Próspera enfrenta desafios. Em outubro de 2024, autoridades hondurenhas fecharam um edifício de escritórios operado pela Próspera ZEDE, exigindo o pagamento de US$ 480 mil para sua reabertura. 

Mas, em resposta, a empresa Honduras Próspera Inc. entrou com uma ação judicial contra o governo, buscando indenização de US$ 11 bilhões. O caso está em arbitragem internacional, após a declaração de inconstitucionalidade das Zonas de Emprego e Desenvolvimento Econômico (ZEDEs) pelo Supremo Tribunal de Honduras.  

Apesar do cenário conturbado, o documentário não apresenta Próspera como um modelo ideal. O que é mostrado é um ponto de partida para educar comunidades envolvidas com blockchain, Web3 e cripto sobre formas alternativas de organização social.  

Explorando o futuro da governança descentralizada  

“The Network Society” também interessa a profissionais de áreas como legal design, planejamento urbano, engenharia governamental e operações territoriais. A produção discute como protocolos descentralizados e infraestruturas físicas podem moldar novos modelos de governança coletiva e gestão de bens comuns, redefinindo os paradigmas atuais.  

Entre os conceitos abordados estão as startup societies e os próprios Estados em Rede, que sugerem formas colaborativas de enfrentar desafios globais. A tecnologia desempenha papel central na criação de estruturas que promovem a governança descentralizada e o desenvolvimento sustentável.  

O lançamento do documentário abre caminho para a primeira Pop-Up Village do Brasil, planejada para o primeiro semestre de 2025 em Florianópolis. Inspirada no projeto Aleph Crecimiento, na Argentina, a iniciativa promete demonstrar, na prática, os princípios de governança comunitária descentralizada, consolidando um novo modelo de gestão social.  

Com uma abordagem educativa e visionária, “The Network Society” provoca reflexões sobre o futuro da organização social, tornando-se leitura obrigatória para quem busca entender as mudanças impulsionadas pela tecnologia. O documentário está disponível no canal oficial do projeto no YouTube, mas você pode ver logo abaixo também.   

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