Fundador da Vinteum e organizador da Satsconf, Lucas Ferreira concedeu uma entrevista à Cripto Magazine sobre a edição de 2025 do evento. Trata-se da maior conferência focada 100% em Bitcoin da América Latina.
Entrevista
1. Qual é a importância de um evento como a Satsconf para a comunidade do Bitcoin no Brasil?
A Satsconf é hoje o principal ponto de encontro da comunidade bitcoiner brasileira. Mais do que um evento técnico, ela reúne pessoas de todas as áreas interessadas em Bitcoin, desde desenvolvedores e empreendedores até educadores, investidores e curiosos. É um espaço onde ideias se cruzam, parcerias nascem e a cultura bitcoiner se fortalece. Além de estimular colaborações e dar visibilidade a projetos que estão construindo o futuro do Bitcoin no país, a Satsconf também ajuda a consolidar o Brasil como uma das referências globais em inovação e educação sobre Bitcoin.
2. Que mudanças você percebeu no mercado cripto no Brasil desde a última edição do evento? Você considera que há um engajamento maior da população com o setor?
Sim, há um engajamento perceptivelmente maior. Desde a última edição, vimos o mercado amadurecer: empresas tradicionais passaram a explorar o Bitcoin de forma mais estratégica, investidores institucionais começaram a se posicionar e a educação sobre o tema se espalhou para além dos círculos técnicos. Também há uma mudança de foco: menos especulação e mais construção. Cada vez mais pessoas estão interessadas em entender o Bitcoin como infraestrutura, não apenas como ativo financeiro. Isso se reflete no público da Satsconf, que cresce em diversidade de perfis e motivações a cada ano.
3. Atualmente, o Brasil conta com suas próprias Bitcoin Treasury Companies: Méliuz e OranjeBTC. Quão significativo é para o país ter esses nomes que repercutem globalmente no mercado Bitcoin e no mercado cripto em geral?
É extremamente significativo. A presença de empresas brasileiras com tesourarias em Bitcoin mostra maturidade e confiança na tese de longo prazo, posicionando o país entre os líderes globais na adoção corporativa do Bitcoin. A Méliuz e a OranjeBTC são exemplos de como o Brasil pode inovar e influenciar o mercado internacional, ao mesmo tempo em que ajudam a normalizar o uso do Bitcoin como reserva de valor e instrumento de proteção financeira. O fato de essas empresas estarem presentes e patrocinando a Satsconf reforça o diálogo entre o mundo corporativo, a comunidade técnica e o público em geral que vê no Bitcoin uma ferramenta de liberdade e inovação.
4. Quais são as principais novidades e em que os participantes devem prestar mais atenção nesta edição do evento?
Nesta edição, a Satsconf segue evoluindo e ampliando horizontes. Dentro do evento, além da continuação dos workshops práticos que ensinam desde como custodiar Bitcoin de forma segura até como proteger seu capital com derivativos, teremos dois palcos mais interativos, dedicados a diálogos abertos com a comunidade. A SatsKids também retorna, reforçando o caráter familiar e educativo da conferência.
Em termos de temáticas e públicos, o evento reflete a maturidade do ecossistema. Há uma participação maior do público institucional, debates sobre como a visão de que “minerar não vale a pena no Brasil” pode estar mudando e conversas sobre o destaque que o país vem ganhando nos círculos técnicos e open source internacionais. Além disso, teremos painéis com ativistas e organizações que utilizam o Bitcoin como ferramenta de liberdade e oportunidade para populações ao redor do mundo.
Enquanto isso, a São Paulo Bitcoin Week se expande ao redor da Satsconf, com bootcamps, hackathons e encontros especializados como o Bitcoin Dev Summit e o OranjeBTC Summit, além de atividades que refletem a diversidade da comunidade, como o encontro com artistas de rua, o meetup exclusivo para mulheres e uma copa amistosa de futebol. Tudo isso complementa a programação e consolida a semana como o maior encontro de Bitcoin da América Latina.
5. Há uma previsão sobre o número de participantes da Satsconf neste ano?
Sim. A expectativa é receber entre 1.500 e 1.700 participantes ao longo dos dois dias de conferência e dos eventos satélites que compõem a São Paulo Bitcoin Week. O evento vem crescendo de forma consistente desde sua primeira edição, que reuniu cerca de 500 pessoas, passando por 700 na segunda e mais de 1.000 na terceira. Esse crescimento orgânico demonstra a força e a maturidade da comunidade bitcoiner no Brasil. A cada ano, a Satsconf atrai mais participantes, empresas e organizações internacionais, consolidando-se como o principal ponto de encontro do ecossistema de Bitcoin na América Latina.
Satsconf 2025
A edição de 2025 da Satsconf ocorrerá entre os dias 7 e 8 de novembro. Local: Audio — São Paulo/SP.