A FTX atualizou o cronograma de reembolsos aos credores, prevendo a conclusão em janeiro de 2025. Os primeiros pagamentos estão programados para começar em março do mesmo ano.
O CEO interino da FTX, John J. Ray III, que lidera o processo de falência, informou que os agentes de distribuição responsáveis pela execução dos pagamentos serão organizados em dezembro. De acordo com Ray, o objetivo é garantir agilidade no retorno dos valores:
“Enquanto continuamos a tomar medidas para maximizar as recuperações, estamos totalmente focados em chegar a acordos com nossos agentes de distribuição para devolver os valores aos credores e clientes o mais rápido possível.”
Credores insatisfeitos questionam critérios de avaliação
No entanto, apesar da aprovação judicial do plano de reorganização em outubro, divergências entre os credores e os administradores da massa falida permanecem, complicando o processo.
O plano de reembolso da FTX tem enfrentado críticas, especialmente por parte de um grupo liderado por Sunil Kavuri. Assim, a principal queixa é que os valores a serem reembolsados foram calculados com base na data de apresentação da petição de falência, quando os preços dos ativos digitais estavam significativamente mais baixos.
Para se ter uma ideia, o mercado negociava Bitcoin a cerca de US$ 16.000 na época, um valor muito abaixo do atual.
Então, esse descompasso gerou descontentamento entre os credores, que veem prejuízo potencial em comparação com a valorização recente dos ativos digitais. A busca por maximizar as recuperações levou a FTX a intensificar ações judiciais contra diversas entidades.
FTX intensifica ações legais para recuperar ativos
Desde o colapso da FTX em 2022, a massa falida iniciou uma série de processos judiciais para reaver ativos supostamente retidos por outras exchanges e entidades relacionadas. Veja quais são as exchanges:
- KuCoin. Em outubro, a FTX abriu uma ação contra a exchange KuCoin, buscando recuperar cerca de US$ 50 milhões em ativos bloqueados.
- Crypto.com. Em novembro de 2024, a FTX entrou com uma queixa contra a Crypto.com para recuperar US$ 11 milhões em fundos.
- SkyBridge Capital. No mesmo mês, uma pessoa entrou com uma ação judicial contra Anthony Scaramucci e a SkyBridge Capital, exigindo a devolução de US$ 100 milhões de patrocínios e investimentos acertados com Sam Bankman-Fried, ex-CEO da FTX.
- Binance e Changpeng Zhao. A Binance e seu fundador enfrentam um processo de US$ 1,8 bilhão. A acusação detalha que a exchange recebeu aproximadamente US$ 1,76 bilhão em transferências fraudulentas antes do colapso da FTX.
As ações mostram o empenho do espólio da FTX em recuperar ativos e reduzir as perdas de credores e clientes durante o processo de falência.
Mas, apesar do cronograma de reembolsos, os desafios permanecem devido a disputas legais e credores insatisfeitos. O setor cripto acompanha de perto os desdobramentos do caso.
Portanto, a FTX, que já foi uma gigante do setor, serve agora como exemplo de lições amargas sobre gestão, transparência e riscos no mercado de ativos digitais. Ou seja, o desenrolar desse processo pode impactar significativamente a confiança dos investidores no setor.