sexta-feira, novembro 22, 2024
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FTX atualiza cronograma de reembolsos, começando em março de 2025

A FTX atualizou o cronograma de reembolsos aos credores, prevendo a conclusão em janeiro de 2025. Os primeiros pagamentos estão programados para começar em março do mesmo ano.

O CEO interino da FTX, John J. Ray III, que lidera o processo de falência, informou que os agentes de distribuição responsáveis pela execução dos pagamentos serão organizados em dezembro. De acordo com Ray, o objetivo é garantir agilidade no retorno dos valores:  

“Enquanto continuamos a tomar medidas para maximizar as recuperações, estamos totalmente focados em chegar a acordos com nossos agentes de distribuição para devolver os valores aos credores e clientes o mais rápido possível.”

Credores insatisfeitos questionam critérios de avaliação

No entanto, apesar da aprovação judicial do plano de reorganização em outubro, divergências entre os credores e os administradores da massa falida permanecem, complicando o processo.

O plano de reembolso da FTX tem enfrentado críticas, especialmente por parte de um grupo liderado por Sunil Kavuri. Assim, a principal queixa é que os valores a serem reembolsados foram calculados com base na data de apresentação da petição de falência, quando os preços dos ativos digitais estavam significativamente mais baixos.

Para se ter uma ideia, o mercado negociava Bitcoin a cerca de US$ 16.000 na época, um valor muito abaixo do atual.  

Então, esse descompasso gerou descontentamento entre os credores, que veem prejuízo potencial em comparação com a valorização recente dos ativos digitais. A busca por maximizar as recuperações levou a FTX a intensificar ações judiciais contra diversas entidades.

FTX intensifica ações legais para recuperar ativos

Desde o colapso da FTX em 2022, a massa falida iniciou uma série de processos judiciais para reaver ativos supostamente retidos por outras exchanges e entidades relacionadas. Veja quais são as exchanges:

  1. KuCoin. Em outubro, a FTX abriu uma ação contra a exchange KuCoin, buscando recuperar cerca de US$ 50 milhões em ativos bloqueados.  
  2. Crypto.com. Em novembro de 2024, a FTX entrou com uma queixa contra a Crypto.com para recuperar US$ 11 milhões em fundos.  
  3. SkyBridge Capital. No mesmo mês, uma pessoa entrou com uma ação judicial contra Anthony Scaramucci e a SkyBridge Capital, exigindo a devolução de US$ 100 milhões de patrocínios e investimentos acertados com Sam Bankman-Fried, ex-CEO da FTX.  
  4. Binance e Changpeng Zhao. A Binance e seu fundador enfrentam um processo de US$ 1,8 bilhão. A acusação detalha que a exchange recebeu aproximadamente US$ 1,76 bilhão em transferências fraudulentas antes do colapso da FTX.  

As ações mostram o empenho do espólio da FTX em recuperar ativos e reduzir as perdas de credores e clientes durante o processo de falência.

Mas, apesar do cronograma de reembolsos, os desafios permanecem devido a disputas legais e credores insatisfeitos. O setor cripto acompanha de perto os desdobramentos do caso.

Portanto, a FTX, que já foi uma gigante do setor, serve agora como exemplo de lições amargas sobre gestão, transparência e riscos no mercado de ativos digitais. Ou seja, o desenrolar desse processo pode impactar significativamente a confiança dos investidores no setor.

Paulo Cardoso
Paulo Cardoso
Formado pela PUC-RJ (2002) em Jornalismo, com Pós Graduação na ESPM-RJ (2006) em Comunicação com o Mercado. Trabalhou em rádio, jornal, editora de livros como revisor e agências de publicidade como redator, estratégia de negócio e social media. Editorias trabalhadas: entretenimento, futebol, política, economia, petróleo, marketing, negócios, iGaming e tecnologia.
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