O AMP, um grande fundo de aposentadoria australiano, investiu US$ 27 milhões em Bitcoin, surpreendendo o mercado de criptomoedas. Esse movimento marca uma mudança significativa em um setor que administra cerca de US$ 4 trilhões na Austrália. No entanto, gerou debates sobre a volatilidade do Bitcoin, uma preocupação constante no mercado.
AMP é pioneira na adoção de Bitcoin
Com essa iniciativa, o AMP se tornou o primeiro grande fundo de superannuation a incluir Bitcoin em seu portfólio. A decisão reflete meses de estudo e análise por parte da equipe de investimentos da empresa.
Steve Flegg, gerente sênior da AMP, destacou em uma publicação no LinkedIn: “A criptomoeda cresceu demais e seu potencial é grande demais para ser ignorado por mais tempo.”
O investimento está vinculado ao programa de Alocação Dinâmica de Ativos do fundo. Essa estratégia busca diversificar investimentos e se adaptar às tendências do mercado.
Por que o Bitcoin?
Stuart Eliot, chefe de gestão de portfólio da AMP, explicou que a exposição ao Bitcoin representa apenas 0,05% dos ativos totais de superannuation da empresa. Ele justificou a decisão citando mudanças no mercado, como o crescimento de ETFs de criptomoedas geridos por grandes instituições globais.
Anna Shelly, diretora de investimentos do AMP, reforçou o posicionamento. Segundo ela, o investimento é voltado para clientes com portfólios equilibrados e foco em crescimento.
“Com US$ 27 milhões, isso representa apenas uma fração dos nossos US$ 57 bilhões em ativos sob gestão”, afirmou Shelly.
Debate no setor de aposentadoria da Austrália
Apesar do pioneirismo, a decisão do AMP dividiu opiniões. Críticos, como Michele Bullock, governadora do Banco Central da Austrália, argumentam que o Bitcoin não é estável e não gera rendimentos. Por isso, seria uma escolha questionável para fundos de aposentadoria.
No entanto, o movimento do AMP segue uma tendência global. Nos EUA, fundos de pensão estão investindo mais em Bitcoin através de ETFs regulamentados. O iShares Bitcoin Trust ETF, da BlackRock, acumulou mais de US$ 50 bilhões, destacando o interesse institucional crescente.
Perspectivas para o futuro
O AMP investiu no Bitcoin em um momento de alta, com preços entre US$ 60 mil e US$ 70 mil. Mesmo com os riscos, a estratégia de destinar uma pequena parte do portfólio ao ativo digital pode colocá-lo na frente de uma potencial revolução no setor de investimentos para aposentadoria.
Se outros fundos australianos seguirão o exemplo do AMP ainda é incerto. Porém, essa decisão pode abrir as portas para uma maior adoção do Bitcoin nesse mercado.
Assim, com o aumento da aceitação institucional, o Bitcoin pode se consolidar como uma nova classe de ativos nos próximos anos. Mas a escolha do AMP serve como um marco, sinalizando uma mudança no mercado financeiro tradicional.
Portanto, resta saber se o setor de aposentadoria australiano está pronto para embarcar nessa transformação digital.