No cenário financeiro brasileiro, grandes bancos como Bradesco, Itaú e Banco do Brasil estão se unindo para inovar no mercado de crédito. Durante o Blockchain Day da Fundação Getulio Vargas (FGV), George Marcel Smetana, especialista em inovação do Bradesco, anunciou essa colaboração. Portanto, o grupo de trabalho tem como foco desenvolver novos modelos de crédito para a segunda fase do DREX.
Itaú, Bradesco e BB e a nova era dos empréstimos garantidos
Smetana explicou que a proposta central é utilizar Certificados de Depósito Bancário (CDBs) como garantia para empréstimos. Ele afirmou:
“Empréstimos com CDBs como garantia têm risco praticamente zero, visto que o ativo é altamente líquido. Nosso objetivo é permitir o uso de qualquer CDB, independentemente do emissor”.
Essa abordagem visa atender a uma demanda crescente por soluções mais seguras e eficientes no mercado de empréstimos garantidos.
Atualmente, o Bradesco já oferece empréstimos com CDBs como garantia no seu aplicativo e pelo Internet Banking. Essa mudança foi fundamentada em provas de conceito internas, que mostraram a viabilidade e eficiência do modelo.
De acordo com Smetana, a aplicação desses novos modelos no contexto do DREX pode transformar o mercado financeiro, trazendo mais dinamismo e interoperabilidade.
Além disso, ele enfatizou o potencial dos ativos digitais no ambiente de crédito. Com o DREX, o uso de tokens como garantia se torna um processo simplificado. Qualquer ativo digital — seja CDBs, imóveis, veículos ou debêntures — pode ser utilizado como parceria para obter crédito.
“Na infraestrutura tradicional, o processo de oferecer um CDB de outra instituição, como o Itaú, ou uma debênture como garantia é extremamente complexo. Com o uso da blockchain, essa mecânica se torna significativamente mais ágil e simples.” – destacou Smetana.
Desafios e oportunidades na integração digital
Larissa Moreira, gerente de Digital Assets do Itaú, também esteve presente e destacou a importância da parceria entre os bancos. Larissa afirmou que o objetivo do consórcio é desbloquear casos de uso que comprovem a eficiência operacional e explorem novas aplicações de produtos financeiros.
Além disso, a equipe está avaliando a aplicabilidade da tecnologia blockchain, tanto do ponto de vista tecnológico quanto regulatório.
No entanto, Larissa alertou sobre os desafios regulatórios que o DREX enfrenta. Um dos pontos centrais é a revisão dos registros de ativos financeiros, como os CDBs.
Assim, a proposta do Itaú visa otimizar esses processos de registro, permitindo que ativos tokenizados integrem-se com sistemas tradicionais, como o Sistema de Transferência de Reservas (STR).
Portanto, essa integração facilitará a conversão entre moeda tradicional e CDBs tokenizados, impactando positivamente as operações financeiras diárias nos bancos.
Experiência do cliente em 1º lugar
A experiência do cliente final tem sido uma prioridade nas discussões. Larissa enfatizou que a proposta é garantir que, ao contratar um crédito, o usuário tenha benefícios como taxas reduzidas, liquidações rápidas e a agilização na liberação de garantias.
Além disso, o Itaú está considerando a possibilidade de fracionar os ativos em garantia, permitindo que o cliente tenha parte da margem liberada conforme vai quitando suas obrigações.
“Existem várias nuances que precisamos explorar para que a tecnologia realmente traga benefícios, não apenas ao sistema financeiro, mas também ao cliente final.” – concluiu Larissa.
Em resumo, com essas inovações, o setor financeiro brasileiro parece estar se preparando para uma transformação significativa. O futuro financeiro do Brasil caminha para processos mais ágeis e eficientes para todos os envolvidos.