No centro do mundo, devido ao desafio da legitimidade da reeleição de Nicolas Maduro, a Venezuela surge como uma possibilidade pela adoção do Bitcoin. Essa criptomoeda tem se mostrado uma ferramenta de resistência monetária e política, conforme destaca María Corina Machado, líder da oposição ao governo.
A ascensão do Bitcoin na Venezuela
Em entrevista a Alex Gladstein, chefe de estratégia da HRF, Maria Machado revelou que venezuelanos veem o Bitcoin como uma solução contra a hiperinflação. Muitos usam criptoativos para proteger seu dinheiro e custear viagens internacionais.
Para aqueles que se opõem ao governo e permanecem no país, o Bitcoin é uma ferramenta revolucionária. O líder da oposição venezuelana afirmou: “[Bitcoin] passou de uma ferramenta humanitária a um meio vital de resistência à sua população.”
A chave para a restauração democrática
Machado declarou que o Bitcoin terá um papel essencial na restauração da democracia e da economia da Venezuela, no caso da queda de Maduro. “Pensamos no Bitcoin como parte da nossa segurança nacional”, disse ela, enfatizando a importância da criptomoeda na recuperação do que a tirania roubou.
Historicamente, antes de sofrer com a crise, a Venezuela era um dos países mais ricos do mundo. O objetivo é trazer essas riquezas de volta, com o Bitcoin como um elemento-chave desse processo.
Os partidos da oposição venezuelana estão recebendo doações em Bitcoin para apoiar a resistência ao regime de Maduro. Essa iniciativa faz parte de um plano promovido pela Fundação de Direitos Humanos. A história da Venezuela e das criptomoedas, no entanto, não se limita ao Bitcoin.
O fracasso do Petro e a adoção do Tether
Em 2018, o governo de Maduro criou o Petro, uma criptomoeda apoiada pela indústria petrolífera do país. Essa moeda tinha como principal objetivo superar as sanções impostas pelos Estados Unidos. Embora o Petro tenha mostrado algum funcionamento em 2020, nunca foi comercializado no exterior, apesar dos esforços para promovê-lo.
O Petro foi suspenso em 15 de janeiro por falhar em suas metas. Desde então, a PDVSA (estatal venezuelana de petróleo e gás) usa o dólar digital Tether (USDT) para suas transações internacionais.
As criptomoedas começaram a ser preferidas em alguns acordos pela PDVSA. A aprovação do USDT para exportações de petróleo representa uma das maneiras encontradas pela empresa para enfrentar as sanções dos Estados Unidos em 2020.
Contudo, a adoção das criptomoedas não obteve sucesso, já que a Tether prometeu paralisar ativos vinculados a empresas homologadas pela OFAC (Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros).