domingo, novembro 24, 2024
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Líder da oposição a Maduro vê Bitcoin como defesa contra autoritarismo na Venezuela

No centro do mundo, devido ao desafio da legitimidade da reeleição de Nicolas Maduro, a Venezuela surge como uma possibilidade pela adoção do Bitcoin. Essa criptomoeda tem se mostrado uma ferramenta de resistência monetária e política, conforme destaca María Corina Machado, líder da oposição ao governo

A ascensão do Bitcoin na Venezuela

Em entrevista a Alex Gladstein, chefe de estratégia da HRF, Maria Machado revelou que venezuelanos veem o Bitcoin como uma solução contra a hiperinflação. Muitos usam criptoativos para proteger seu dinheiro e custear viagens internacionais.

Para aqueles que se opõem ao governo e permanecem no país, o Bitcoin é uma ferramenta revolucionária. O líder da oposição venezuelana afirmou: “[Bitcoin] passou de uma ferramenta humanitária a um meio vital de resistência à sua população.” 

A chave para a restauração democrática

Machado declarou que o Bitcoin terá um papel essencial na restauração da democracia e da economia da Venezuela, no caso da queda de Maduro. “Pensamos no Bitcoin como parte da nossa segurança nacional”, disse ela, enfatizando a importância da criptomoeda na recuperação do que a tirania roubou. 

Historicamente, antes de sofrer com a crise, a Venezuela era um dos países mais ricos do mundo. O objetivo é trazer essas riquezas de volta, com o Bitcoin como um elemento-chave desse processo. 

Os partidos da oposição venezuelana estão recebendo doações em Bitcoin para apoiar a resistência ao regime de Maduro. Essa iniciativa faz parte de um plano promovido pela Fundação de Direitos Humanos. A história da Venezuela e das criptomoedas, no entanto, não se limita ao Bitcoin. 

O fracasso do Petro e a adoção do Tether

Em 2018, o governo de Maduro criou o Petro, uma criptomoeda apoiada pela indústria petrolífera do país. Essa moeda tinha como principal objetivo superar as sanções impostas pelos Estados Unidos. Embora o Petro tenha mostrado algum funcionamento em 2020, nunca foi comercializado no exterior, apesar dos esforços para promovê-lo. 

O Petro foi suspenso em 15 de janeiro por falhar em suas metas. Desde então, a PDVSA (estatal venezuelana de petróleo e gás) usa o dólar digital Tether (USDT) para suas transações internacionais.

As criptomoedas começaram a ser preferidas em alguns acordos pela PDVSA. A aprovação do USDT para exportações de petróleo representa uma das maneiras encontradas pela empresa para enfrentar as sanções dos Estados Unidos em 2020. 

Contudo, a adoção das criptomoedas não obteve sucesso, já que a Tether prometeu paralisar ativos vinculados a empresas homologadas pela OFAC (Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros).

Paulo Cardoso
Paulo Cardoso
Formado pela PUC-RJ (2002) em Jornalismo, com Pós Graduação na ESPM-RJ (2006) em Comunicação com o Mercado. Trabalhou em rádio, jornal, editora de livros como revisor e agências de publicidade como redator, estratégia de negócio e social media. Editorias trabalhadas: entretenimento, futebol, política, economia, petróleo, marketing, negócios, iGaming e tecnologia.
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