O presidente da Argentina, Javier Milei, revelou planos ousados para 2025. As principais propostas incluem a livre circulação de moedas e políticas pró-cripto. O objetivo é transformar a economia com inovação e descentralização.
As novas medidas permitirão aos argentinos escolher a moeda para suas transações, incluindo Bitcoin. De acordo com Milei, a proposta visa ampliar a liberdade financeira e dar mais flexibilidade às negociações. “Pelo menos esse é o discurso do primeiro presidente economista do país.” – afirmou um analista.
Argentina quer ter uma livre circulação de moedas
Inspirado por El Salvador, que adotou o Bitcoin como moeda oficial, Milei anunciou uma ampla reforma tributária. Ele quer reduzir 90% dos impostos nacionais e permitir que estados definam seus próprios sistemas de tributação. A estratégia visa aliviar a carga financeira dos cidadãos e descentralizar decisões econômicas.
Apesar da promessa de livre concorrência entre moedas, ainda há desafios para o Bitcoin na Argentina. Ricardo Mihura, membro da ONG Bitcoin Argentina, destacou: “Quando você negocia com dólares ou euros, as diferenças de câmbio com o peso não estão sujeitas ao imposto de renda. Enquanto com Bitcoin, estão. Isso aumenta os custos, desencoraja e complica o uso do Bitcoin como moeda.”
Milei e os desafios para o Bitcoin no cenário argentino
Em junho de 2024, Milei defendeu a adoção do Bitcoin como ferramenta para transformar a economia. A ideia reflete o que aconteceu em El Salvador, mas adaptada à complexa realidade argentina. Entretanto, críticos apontam que o impacto das criptomoedas ainda é limitado, considerando o tom libertário da campanha do presidente.
Desde 2023, o governo já havia dado passos importantes, como a legalização de contratos em Bitcoin. No entanto, a implementação de regulamentações específicas e a falta de incentivos fiscais continuam sendo barreiras para a ampla adoção da criptomoeda. “A regulamentação parece aumentar, ao invés de diminuir, o peso do governo sobre o setor cripto”, acrescentou Mihura.
Neste mês, Milei completou um ano no comando de uma Argentina marcada por uma economia fragilizada e uma inflação anual que quase atingiu 300%. Nesse período, avanços foram percebidos no setor de criptomoedas, mas ainda há muito o que fazer.
Sebastián Serrano, CEO e cofundador da Ripio, uma das carteiras de Bitcoin mais populares do país, traçou um panorama do mercado. Segundo ele, a gestão Milei trouxe discussões importantes sobre descentralização e liberdade financeira, mas a implementação prática das mudanças ainda é lenta.
Com uma postura que une inovação tecnológica e políticas libertárias, Milei busca consolidar o Bitcoin como parte central da economia argentina. O sucesso dessas iniciativas, contudo, dependerá de como governo, mercado e cidadãos irão alinhar interesses em um cenário tão desafiador.