Minas Gerais é o estado que mais emitiu Carteiras de Identidade Nacional (CIN) no Brasil, a carteira de identidade no blockchain. Com mais de 2 milhões de documentos emitidos, a região alcançou um marco histórico.
Em segundo lugar, está o Rio Grande do Sul, com quase 1,7 milhão de CINs emitidas. O Rio de Janeiro ocupa o terceiro lugar, ultrapassando 1,4 milhão de emissões. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) na última sexta-feira (6).
“Esses números são importantes porque a CIN é um instrumento de cidadania, sua base de dados será fundamental para ofertarmos melhores serviços públicos para todas as pessoas”, explicou Rogério Mascarenhas, Secretário de Governo Digital.
A tecnologia traz mais segurança
Desde que foi lançada, a CIN já alcançou mais de 16,6 milhões de emissões em todo o país. A principal novidade do documento é a utilização do CPF como número único e a validação por blockchain através do sistema b-Cadastros.
Essa tecnologia, derivada da que deu origem ao Bitcoin, traz benefícios claros. Ela reduz fraudes, melhora os cadastros administrativos e viabiliza um planejamento mais eficiente para políticas públicas. Segundo Mascarenhas, a CIN vai acompanhar os cidadãos em todas as etapas da vida, desde o nascimento até o óbito.
“Vamos ofertar serviços conforme a jornada de vida das pessoas. Elas sentirão que existe um governo dedicado a elas ao interagir com a administração pública”, afirmou o Secretário.
O futuro dos serviços públicos automatizados
Com a implementação da CIN, o governo espera avanços significativos em previdência, saúde, educação e assistência social. Serviços e benefícios públicos podem se tornar automáticos, simplificando processos e aumentando a eficiência.
A Infraestrutura Pública Digital (IPD) possibilitará essas transformações, interligando a CIN ao GOV.BR, que atualmente conta com mais de 162 milhões de usuários e acesso a mais de 4.300 serviços digitais.
A IPD é formada por sistemas seguros e interoperáveis, construídos com padrões abertos. Isso garante acesso igualitário a serviços públicos e privados, promovendo inclusão social.
Minas Gerais e a inovação com blockchain
Minas Gerais é pioneiro na utilização de blockchain para modernizar os serviços públicos. Em outubro de 2021, o estado lançou a primeira rede estadual de blockchain voltada para a administração pública no Brasil.
Desenvolvida pela Companhia de Tecnologia da Informação do Estado de Minas Gerais (Prodemge), essa rede descentraliza informações e melhora a rastreabilidade dos dados. Além disso, apoia práticas de governança e garante maior segurança com criptografia.
O primeiro projeto a usar essa tecnologia foi o MG Florestas. Ele monitora toda a cadeia do carvão vegetal no estado, promovendo mais transparência e valorizando produtos legais.
Blockchain na saúde pública
Em setembro de 2024, Minas Gerais lançou o primeiro prontuário unificado do SUS baseado em blockchain. Assim, chamado de Rede Mineira de Dados em Saúde (RDS-MG), o sistema organiza atendimentos de forma segura e acessível.
Com essa solução, os profissionais de saúde têm acesso integral ao histórico dos pacientes. Isso melhora a continuidade dos atendimentos e garante maior eficiência no SUS.
Em outubro de 2024, o governo mineiro firmou uma parceria inédita com a Unimed. O estado quer desenvolver um sistema de interoperabilidade de dados de saúde baseado em blockchain.
Usando a plataforma DocChain, o projeto integra informações entre setores público e privado. Além disso, garante a segurança dos dados pessoais, promovendo rastreabilidade e eficiência no compartilhamento de informações.
Portanto, Minas Gerais continua liderando a transformação digital no Brasil, mostrando como a tecnologia blockchain pode revolucionar a gestão pública e melhorar a vida dos cidadãos.