Um estudo da Consensys, em parceria com a YouGov, revelou o forte engajamento do Brasil no mercado de criptomoedas. Assim, o estudo levou em consideração 18 mil pessoas, entre 18 países, que estava espalhadas pelas Américas, África, Ásia e Europa.
Entre os brasileiros entrevistados, 80% afirmaram desconfiar das grandes empresas de tecnologia (big techs). E no Nordeste, mais de 45% da população já investiu em criptomoedas.
Nordeste é o epicentro da adoção criptomoedas no Brasil
O Nordeste lidera no Brasil em adoção de criptoativos, com 45,3% da população local investindo ou possuindo criptomoedas. Essa marca supera as regiões Sul (43,4%), Sudeste (40,7%), Norte (40,2%) e Centro-Oeste (38%).
No cenário global, o Brasil também está à frente da média mundial de 42%, com 43% dos brasileiros afirmando que possuem ou já investiram em criptomoedas. Isso representa um crescimento de dois pontos percentuais em relação ao ano anterior. Além disso, o Nordeste tem a maior concentração de investidores ativos, com 17,3% da população ainda mantendo criptoativos.
Criptomoedas promovem inclusão financeira
As criptomoedas estão transformando a inclusão financeira no Brasil, especialmente em regiões menos favorecidas economicamente. A pesquisa mostrou que 28% dos brasileiros que investiram em cripto fizeram isso como resposta à exclusão financeira. Sem acesso ao sistema bancário tradicional, muitos enxergam nas criptos uma solução viável para guardar e movimentar dinheiro.
Essa tendência também é visível em outros países em desenvolvimento. Na Nigéria, por exemplo, 73% da população afirma já ter adquirido criptomoedas. É uma prova de que as criptos estão se consolidando como alternativa em economias onde o acesso aos bancos é limitado.
Nos Estados Unidos, o cenário é diferente, com maior preocupação com golpes, enquanto questões como volatilidade e regulação estão menos em evidência. Curiosamente, 48% dos americanos consideram as criptos uma tecnologia ecologicamente correta.
A desconfiança nas big techs aumenta
Outro dado importante da pesquisa é a desconfiança crescente dos brasileiros em relação às big techs. Para 84% dos entrevistados, essas empresas possuem poder demais, especialmente no controle de dados pessoais e em suas práticas comerciais.
Essa insatisfação tem levado muitos a buscar alternativas mais descentralizadas. As criptomoedas e as soluções baseadas em blockchain se destacam como opções mais seguras, dando às pessoas maior controle sobre seus ativos e privacidade.
Criptomoedas ganham espaço como opção para o futuro
O estudo mostra que o Brasil está amadurecendo no uso de criptomoedas. No Nordeste, por exemplo, as criptos não são apenas um investimento, mas também uma ferramenta de inclusão financeira.
Com a crescente desconfiança em relação às grandes corporações de tecnologia, as criptos surgem como uma alternativa mais alinhada às necessidades dos brasileiros. A descentralização oferecida por essa tecnologia está ajudando a redefinir o cenário financeiro e digital do país, especialmente em regiões carentes.
O papel da blockchain e da descentralização
Para Joseph Lubin, cofundador da Ethereum e CEO da Consensys, a blockchain tem um papel essencial na proteção da privacidade e na promoção da transparência. De acordo com ele, “Nossa última pesquisa destaca a importância crescente da privacidade de dados, com 83% dos entrevistados enfatizando sua relevância”. Mas Lubin também alertou sobre preocupações globais como exploração de dados e desinformação.
Nos Estados Unidos, a recente eleição presidencial pode trazer mais clareza regulatória para o setor de criptomoedas. Lubin acredita que, com educação e inovação, o mercado cripto pode superar desafios e ajudar a resolver problemas complexos do mundo.
Portanto, as criptomoedas e a descentralização estão transformando as finanças globais, criando novas oportunidades. O Brasil se destaca com seu forte interesse nessa revolução tecnológica.