Durante a Febraban Tech, uma preocupação emergiu entre os participantes: a continuidade da agenda de inovação do Banco Central, conhecida como agenda BC#, que, dentre outros assuntos, trata também do DREX. Essa agenda, embora iniciada antes da gestão de Campos Neto, ganhou destaque durante seu mandato.
Economistas temem que DREX seja deixado de lado
Lula manifestou insatisfação com a atual política monetária e deseja uma redução nos juros, além de programas de incentivo à concessão de crédito, similares aos de seu mandato anterior.
Esse foco gerou temor entre os presentes na Febraban Tech de que a agenda tecnológica do Banco Central fosse prejudicada, especialmente em relação ao Drex. Pois a moeda digital brasileira já enfrenta desafios como a falta de funcionários e adequações nas soluções de privacidade.
Fabio Araujo, coordenador do Drex, buscou tranquilizar os presentes durante um painel no evento, conforme relatado por Ricardo Bomfim do Valor. Mas Araujo afirmou que o Drex continuará independentemente da mudança na presidência do Banco Central. Ele destacou que a agenda BC# está consolidada e bem avaliada, sem possibilidade de retrocesso.
“O próximo presidente do BC pode trazer novos produtos na agenda de inovação, mas os programas atuais seguem.” – disse Araujo.
Ele também ressaltou que o Banco Central não pretende criar um ecossistema voltado ao mercado financeiro e à tokenização com o Drex. O objetivo é criar um sistema que faça parte do cotidiano dos brasileiros, assim como o Pix.
Moeda na Fase 02
No evento, durante um painel na Microsoft, Araujo revelou que o Drex entrou oficialmente na “fase 2” de seus testes. Além da tokenização de títulos públicos, haverá novos casos de uso para a moeda digital do Brasil.
De acordo com Araujo, a Fase 2 focará nesses novos casos de uso propostos inicialmente pelos consórcios participantes do Drex, com abertura posterior para novos participantes.
Araujo destacou que todos os casos de uso só serão aprovados se o regulador do setor também participar do Drex e dos testes.
“Não podemos colocar o ativo na rede sem o regulador conjunto na rede. Então eu não posso colocar um valor mobiliário sem a CVM.” – afirmou.
Portanto, mesmo com as mudanças políticas e econômicas, o Drex parece destinado a continuar sua trajetória e fazendo parte da agenda tecnológica do Banco Central.