segunda-feira, setembro 16, 2024
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O desafio no consumo de energia na mineração de criptomoedas

Pode parecer um pouco contraditório, mas as criptomoedas, que são ativos digitais, são responsáveis por grande consumo de energia. Isso porque, a  mineração das criptomoedas não são feitas por computadores comuns. Para fazer a mineração de Bitcoin e outras criptomoedas é necessário um galpão inteiro trabalhando 24 horas por dia e 7 dias por semana. Portanto, o alto consumo de energia acabou gerando discussões pelo mundo todo no que diz respeito à sustentabilidade ei ao meio ambiente.

Criptomoedas Vs Meio Ambiente

Antes da chegada das criptomoedas, pouquíssimas atividades precisavam um consumo tão grande de energia para serem geradas. Para se ter uma ideia, um galpão para mineração de BItcoin precisa de mais energia que muitos países.

Assim, de acordo com um relatório da Universidade de Cambridge, a razão pela qual é tão intenso é por causa dos enormes computadores especializados chamados ASICs. Eles funcionam o dia inteiro resolvendo cálculos matemáticos super difíceis. 

Esse é um processo tão intensivo de energia que chega a ser liberado uma grande quantidade de gases de efeito estufa. Especialmente em países onde a energia elétrica é gerada a partir de fontes fósseis, como é o caso dos nossos vizinhos argentinos

Além disso, o fato de que cada mineiro age por conta própria e em constante competição, a solução desses cálculos para ganhar novas moedas só piora a situação. A crescente demanda por energia computacional impulsiona o consumo de energia.

Ou seja, o impacto ambiental da mineração de criptomoedas não se limita ao desperdício de energia, mas a quantidade que é necessária no processo. Além disso, a maior parte do maquinário (hardware) utilizado na mineração tem vida curta, sendo quase que descartável, aumentando, também, o lixo eletrônico. 

Então, o descarte inadequado de hardware aumenta significativamente o risco de contaminação do solo e da água. Rios mais sujos, acarreta consequências terríveis para o meio ambiente. 

Outro fator negativo, é que a demanda crescente por eletricidade também sobrecarrega as infraestruturas elétricas dos locais onde essas mineradoras se encontram. As consequências diretas são:

  • quedas de energia 
  • preços elevados de eletricidade para cidades inteiras

Iniciativas de Sustentabilidade

Felizmente, a conscientização desses problemas inspirou iniciativas que tornariam a mineração de criptomoedas. Uma dessas soluções é a transição para fontes de energia renováveis. 

O Ethereum, por exemplo, está atualmente em processo de mudança de PoW para um mecanismo de consenso PoS. O PoS é muito menos intensivo em energia porque não requer o mesmo nível de recursos de computação para validar transações.

Então, o papel da regulamentação aparece como um fator que minimizar os danos ambientais da mineração de criptomoedas. Algumas nações estão adotando políticas que promovem o uso de energia renovável na mineração. 

Além disso, a pressão popular por querer consumir produtos que se preocupam com o meio ambiente pode forçar o setor a incorporar operações mais sustentáveis. Assim, as empresas de mineração, mesmo relutantes, podem ter que investir em energia sustentável ou adotar fontes renováveis para melhorar a sua reputação. 

Da mesma forma, os investidores podem querer comprar criptomoedas, cujos seus projetos de blockchain se preocupem em serem sustentáveis.

Por fim, como podemos ver, o assunto criptomoedas e meio ambiente é complexo e variado. Os ganhos podem ser bilionários, mas o alto consumo de é uma preocupação válida. 

De qualquer forma, a migração para opções de energia mais limpas e a inovação em tecnologias de blockchain mais eficientes podem ajudar. Como vimos, até mesmo para extrair moedas digitais temos que ter uma preocupação com o meio ambiente.

Em resumo, mesmo o homem tendo descoberto um novo ativo que seja digital, a extração de forma desordenada pode causar danos ao meio ambiente quase que irreversíveis. Então, para que a revolução das criptomoedas seja um sucesso, ela precisa existir em harmonia com a natureza.

Paulo Cardoso
Paulo Cardoso
Formado pela PUC-RJ (2002) em Jornalismo, com Pós Graduação na ESPM-RJ (2006) em Comunicação com o Mercado. Trabalhou em rádio, jornal, editora de livros como revisor e agências de publicidade como redator, estratégia de negócio e social media. Editorias trabalhadas: entretenimento, futebol, política, economia, petróleo, marketing, negócios, iGaming e tecnologia.
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