quarta-feira, setembro 18, 2024
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O impacto dos novos impostos sobre as criptomoedas

O senador Izalci Lucas (PL-DF), que lidera o grupo de trabalho da reforma tributária, divulgou um plano de atividades. Esse plano vai resultar na entrega do relatório final em 22 de outubro. O Projeto de Lei Complementar PLP 68/2024, atualmente em análise, sugere uma alteração profunda no sistema de impostos brasileiro.

Reforma Tributária vai mexer com 5 impostos

A reforma propõe substituir cinco impostos: — ICMS, ISS, IPI, PIS e Cofins — por três novos tributos: 

  • o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS)
  • a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) 
  • o Imposto Seletivo

Essa mudança busca simplificar o sistema tributário e melhorar a transparência.

Então, para o setor de criptomoedas, a nova regulamentação vai incluir exchanges e outras empresas na taxação. O artigo 176 do projeto define que “os serviços financeiros ficam sujeitos a regime específico de incidência do IBS e da CBS”. 

Além disso, o inciso XVI do artigo 177 amplia essa definição para englobar “serviços de ativos virtuais”, que serão tributados conforme as novas regras.

Ou seja, os governos federal, estadual e municipal dividirão os novos impostos para o mercado de criptomoedas. Se aprovarem o PLP 68/2024, cada nível governamental repartirá a receita conforme sua competência.

Izalci Lucas expressou preocupações com a proposta atual. 

“Cabe a nós discutir a regulamentação dos novos tributos e garantir que os efeitos deletérios sejam mitigados. Infelizmente, a redação atual do PLP 68/2024 não parece contemplar nossas preocupações.”

Dessa forma, ele destacou que setores como o imobiliário já manifestaram descontentamento com a perspectiva de um aumento significativo na carga tributária.

Impostos serão recolhidos no momento da compra

Então, a reforma também muda a forma de recolher os impostos. A proposta prevê que os contribuintes paguem impostos sobre transações digitais diretamente ao Governo via Pix (e, futuramente, Drex), eliminando a necessidade de arrecadação posterior por plataformas e vendedores. 

Assim, Rodrigo Frota, auditor fiscal de São Paulo, acredita que o sistema poderá melhorar o fluxo de caixa das empresas, mas alerta sobre o impacto do recolhimento antecipado de impostos, especialmente para empresas que operam em diversos estados.

Além disso, a reforma inclui a implementação do sistema de split payment, onde cada ator no pagamento recebe diretamente sua porcentagem. Loria, representante do setor financeiro, explicou que “a responsabilidade operacional vai ficar com o setor financeiro”, incluindo bancos e empresas de meios de pagamento.

Portanto, a reforma tributária promete transformar o cenário fiscal brasileiro, afetando diversos setores e exigindo adaptações rápidas das empresas.

Paulo Cardoso
Paulo Cardoso
Formado pela PUC-RJ (2002) em Jornalismo, com Pós Graduação na ESPM-RJ (2006) em Comunicação com o Mercado. Trabalhou em rádio, jornal, editora de livros como revisor e agências de publicidade como redator, estratégia de negócio e social media. Editorias trabalhadas: entretenimento, futebol, política, economia, petróleo, marketing, negócios, iGaming e tecnologia.
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