A investigação é um desdobramento da operação Mobile da Polícia Federal, iniciada em abril de 2024. Nessa primeira etapa resultou na prisão de transportadores de mercadorias, principalmente eletrônicos, sem o pagamento de tributos devidos.
As autoridades revelaram que a organização criminosa estava envolvida em todas as etapas do esquema ilegal. Isso incluía importação, transporte, armazenamento e venda de produtos eletrônicos do Paraguai.
As atividades contavam com uma ampla rede de atuação e a atuação do grupo ocorria, principalmente, nas cidades:
- Goiânia (GO)
- Anápolis (GO)
- Palmas (TO)
- Manaus (AM)
- Confresa (MT)
Polícia Federal descobre influenciadores no esquema
As investigações revelaram que o grupo possuía uma estrutura organizada, com funções bem definidas para cada membro. Isso permitia a execução coordenada de atividades ilícitas, dificultando a ação das autoridades.
Um ponto que chamou a atenção foi o envolvimento de influenciadores digitais da área de criptomoedas. Segundo a Polícia Federal, eles ofereciam cursos online ensinando métodos para importar produtos sem pagar impostos e evitar a fiscalização.
Além disso, as criptomoedas desempenharam um papel essencial no esquema. Elas serviam para ocultar a identidade dos envolvidos e viabilizar movimentações de grandes quantias de dinheiro.
Por isso, de acordo com as investigações, as empresas ligadas à organização usavam esses ativos digitais para:
- realizar transações ilegais
- lavar o dinheiro obtido com as atividades criminosas.
Prejuízo bilionário aos cofres públicos
Os números impressionam. Até agora, as autoridades apreenderam mercadorias avaliadas em cerca de R$ 10 milhões. No entanto, estima-se que o prejuízo causado ao fisco pode ultrapassar os R$ 80 milhões por ano.
A operação Hidden Circuit reforça o alerta sobre o uso de criptomoedas em atividades ilícitas. Apesar de sua crescente popularidade no mercado financeiro, a falta de regulamentação clara pode tornar esses ativos vulneráveis a crimes complexos como o investigado nesta operação.
O caso segue em investigação, e as autoridades prometem intensificar as ações para responsabilizar os envolvidos e minimizar os danos aos cofres públicos.