sexta-feira, dezembro 13, 2024
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Policiais são presos por extorquir criptomoedas de investidores

Na última quarta-feira (30), autoridades tailandesas prenderam sete suspeitos, incluindo seis policiais, acusados de extorquir estrangeiros por criptomoedas. A mídia local revelou que o grupo integra uma rede criminosa com doze membros.

Golpistas extorquiam criptomoedas das vítimas

O escândalo teve início após um golpe direcionado a um cidadão chinês, identificado apenas pelo sobrenome Sai. Desconfiado de ações suspeitas, Sai procurou um advogado que o ajudou a denunciar o esquema às autoridades competentes.

Sai e sua família foram abordados por policiais em sua residência em Bangkok. Durante a visitas, os oficiais apresentaram um documento que parecia ser um mandado de busca e apreensão. Assim, ao não compreender o tailandês, o chinês acabou permitindo a entrada dos falsos policiais, que confiscaram todos os seus celulares e computadores.

Além disso, a falsa alegação de envolvimento em uma falsificação de passaporte, os agentes também acusaram Sai de empregar ilegalmente uma doméstica estrangeira. 

Em um audacioso movimento, os golpistas exigiram um pagamento de 10 milhões de USDT, uma stablecoin, prometendo encerrar o caso.

Portanto, diante da quantia absurda, Sai resistiu e se viu forçado a acompanhar sua esposa, um amigo e a empregada para um prédio governamental sob a alegação de que a situação era crítica.

No edifício, o valor exigido pelos policiais caiu para 10 milhões de baht (cerca de R$ 1,72 milhão). Mesmo assim, Sai manteve-se irredutível. Então, ele e sua esposa foram levados para outra sala, onde, sob forte pressão, concordaram em transferir dinheiro.

Sai realizou duas transações de Tether, que somaram aproximadamente R$ 868 milhões. Após serem liberados, os policiais ainda mantiveram os dispositivos eletrônicos da vítima e forçaram a gravação de um vídeo negando qualquer irregularidade no atendimento policial.

Investigação e prisões

Mas dias depois da liberação, um dos intérpretes enviou uma mensagem a Wen, um amigo de Sai, exigindo 700 mil baht (R$ 120 mil) para revelar a identidade de quem denunciou o grupo. As vítimas pagaram, novamente com criptomoedas, mas não obtiveram a informação prometida.

Desconfiado da situação, Sai contratou um advogado que, após investigar minuciosamente, conseguiu reunir evidências de que doze pessoas participavam do esquema de extorsão. Com esses elementos, o chinês decidiu levar o caso às autoridades.

No último dia 30, as prisões ocorreram em Bangkok. Entre os detidos, destacam-se policiais, como Chanachai, Tenente-Coronel da Delegacia de Kham Sakae Saeng e Amnuay, Capitão da Delegacia de Samrong Tai. Além disso, outros três policiais já haviam se entregado dois dias antes e dois suspeitos, um casal de chineses, continuam foragidos.

Todos os acusados negaram as acusações e pagaram fiança para garantir a soltura. O caso expõe não só a vulnerabilidade dos visitantes estrangeiros em algumas regiões, mas também a complexidade do crime organizado que utiliza a tecnologia para se esconder atrás de aparências legítimas.

Paulo Cardoso
Paulo Cardoso
Formado pela PUC-RJ (2002) em Jornalismo, com Pós Graduação na ESPM-RJ (2006) em Comunicação com o Mercado. Trabalhou em rádio, jornal, editora de livros como revisor e agências de publicidade como redator, estratégia de negócio e social media. Editorias trabalhadas: entretenimento, futebol, política, economia, petróleo, marketing, negócios, iGaming e tecnologia.
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