sexta-feira, dezembro 13, 2024
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Ripple pode ‘ligar’ o DREX ao Bitcoin, Ethereum e XRP 

A Ripple, empresa reconhecida por sua atuação no setor de criptomoedas e soluções de pagamento, está desenvolvendo um sistema de interoperabilidade para conectar o DREX, a moeda digital brasileira, a outras redes de ativos digitais. Essa informação foi revelada por Rafael Teruszkin, Diretor de Desenvolvimento de Negócios LatAm da Ripple, durante o Blockchain Day FGV. 

Drex precisa de mais um passo de acordo com Ripple

Teruszkin enfatizou que essa integração poderá facilitar tanto a entrada de investimentos estrangeiros no Brasil quanto o direcionamento de capitais brasileiros para ativos emitidos no exterior. Então, para ele, a interoperabilidade é um elemento central e uma evolução natural para o sucesso do DREX, que busca se firmar no cenário financeiro global.

“Temos trabalhado nos últimos meses para definir um framework de interoperabilidade para o DREX.” – disse Teruszkin. Esse framework permitirá que o DREX se conecte com outras redes no Brasil e com outras redes de Bancos Centrais. 

Além disso, a Ripple demonstra interesse em conectar toda a liquidez presente nas redes públicas, incluindo criptomoedas, stablecoins e ativos reais que estão sendo tokenizados.

Então, durante a discussão, George Marcel Smetana, especialista de Inovação em Estratégia Regulatória no Bradesco, questionou sobre a possibilidade de criar um “Wrapped DREX”. Teruszkin respondeu que, do ponto de vista técnico, não haveria problemas em implementar essa interoperabilidade. Ou seja, que poderia integrar pools de liquidez e swaps em redes públicas com uma CBDC.

O DREX no ecossistema DeFi

Para viabilizar essa conexão, o diretor da Ripple explicou que seria necessário criar uma bridge, permitindo que o DREX se integrasse às redes públicas e vice-versa. “Por exemplo, ao utilizar o DREX em uma rede pública, ele poderia se conectar à infraestrutura de uma DEX”, afirmou. Isso possibilitaria a conversão de moedas durante transações, utilizando order books ou AMMs com pools de liquidez.

Além disso, Teruszkin destacou que, ao colocar o DREX em uma rede pública, não apenas viabilizamos pagamentos, mas também a utilização da moeda como colateral no DeFi. “Esse é apenas um exemplo de como esses casos de uso se multiplicam.” – apontou. 

Mas o executivo ressaltou que nas bridges entre redes públicas e privadas, novas soluções e usos para o DREX poderiam ser desbloqueados.

Desafios regulatórios e o futuro do DREX

Entretanto, para que essa visão se concretize, a regulamentação atual precisará ser revista. Teruszkin alertou para a necessidade de uma atualização na legislação sobre câmbio para que o Brasil possa aproveitar todo o potencial das novas tecnologias. 

“Há questões a considerar. Primeiro, como isso se encaixa na nossa regulação de câmbio?” – questionou Teruszkin. Ele mencionou que a legislação atual já contempla algumas previsões para contas de não-residentes, sugerindo que pode haver espaço para adaptações.

Portanto, com a crescente demanda por soluções financeiras mais integradas e eficientes, a evolução do DREX e sua interoperabilidade com outras redes digitais pode representar um marco significativo no cenário financeiro brasileiro. O futuro das transações digitais no Brasil depende, portanto, de uma combinação de inovação tecnológica e uma regulamentação que acompanhe essas mudanças.

Paulo Cardoso
Paulo Cardoso
Formado pela PUC-RJ (2002) em Jornalismo, com Pós Graduação na ESPM-RJ (2006) em Comunicação com o Mercado. Trabalhou em rádio, jornal, editora de livros como revisor e agências de publicidade como redator, estratégia de negócio e social media. Editorias trabalhadas: entretenimento, futebol, política, economia, petróleo, marketing, negócios, iGaming e tecnologia.
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