quinta-feira, novembro 21, 2024
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Saiba a razão da Alemanha vender 50 mil Bitcoin com tanta pressa

O governo da Alemanha anunciou a conclusão da venda de 50.000 Bitcoin na última terça-feira (16), totalizando uma arrecadação de 2,6 bilhões de euros (R$ 15,8 bilhões). Mas para chegar a essa arrecadação, o processo não foi simples. A estratégia durou 23 dias e envolveu cinco corretoras, mas surpreendeu pela rapidez e eficiência. 

Alemanha explica a venda

A quantia vendida, equivalente a 0,24% da oferta total de Bitcoin, não impactou o preço da criptomoeda. Isso ressalta a liquidez do Bitcoin e a dificuldade em manipular seu valor. Segundo as autoridades, “a venda não teve impacto no preço da criptomoeda”.

Os Bitcoin haviam sido confiscados de um site de pirataria no início do ano. Portanto, de acordo com o governo alemão, o estado não poderia ficar com esses ativos e a venda teria que acontecer de qualquer maneira. 

Ou seja, a pressa na venda das criptomoedas é que o governo ficou com medo de uma possível desvalorização e quis fazer negócio logo.

O Ministério Público de Dresden justificou a ação como uma “venda de emergência”. Em nota, explicaram que o parágrafo 111 do Código de Processo Penal exige a venda antecipada quando há risco significativo de desvalorização.

Os 49.858 Bitcoin foram vendidos por €2.639.683.413,92. Desde então, essa quantia teria valorizado 10,1%, valendo hoje €2.908.658.017,34. Com a valorização, alguns questionam se o governo deveria ter adotado uma estratégia de “hodl de emergência”, aguardando maior valorização.

Assim, os 2,6 bilhões de euros arrecadados permanecerão guardados até o fim do processo contra os três acusados. A expectativa é de que a defesa não consiga recuperar os fundos.

Algumas contradições e detalhes do processo

Apesar de alegar risco de desvalorização, o governo alemão destaca que “autoridades não podem especular sobre o preço dos ativos”. Segundo a nota, a venda emergencial deve ocorrer o mais rápido possível, sem esperar aumentos de preços. 

Durante o processo, cinco corretoras foram utilizadas e menos de 1% do volume de mercado dos Bitcoin foi negociado. “Mais de 90% foi negociado fora de corretoras, via OTC (balcão)”, destacou o governo. Essa abordagem evitou impactos imediatos no preço da criptomoeda.

Os Bitcoin, apreendidos em janeiro de 2024, valiam 1,96 bilhão de euros na época. A valorização de 81,8% até a venda gerou críticas. Então, uma deputada alemã pediu a suspensão das vendas, mas o governo não atendeu.

Portanto, a venda dos Bitcoin confiscados pela Alemanha demonstra a capacidade do mercado em absorver grandes quantidades da criptomoeda sem impactos significativos. A decisão de vender rapidamente, apesar das críticas, visou proteger o valor dos ativos e cumprir exigências legais.

Paulo Cardoso
Paulo Cardoso
Formado pela PUC-RJ (2002) em Jornalismo, com Pós Graduação na ESPM-RJ (2006) em Comunicação com o Mercado. Trabalhou em rádio, jornal, editora de livros como revisor e agências de publicidade como redator, estratégia de negócio e social media. Editorias trabalhadas: entretenimento, futebol, política, economia, petróleo, marketing, negócios, iGaming e tecnologia.
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