segunda-feira, setembro 16, 2024
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Uso das criptomoedas na Venezuela aumentam em meio à crise econômica

A crise econômica na Venezuela não é nenhuma novidade. Há anos o país sul americano tenta se estabilizar economicamente sem sucesso, mas, agora, o que surge de diferente é o volume de criptomoedas negociadas que vem aumentando. Essa parecer ter sido a solução encontrada para enfrentar a inflação e problemas de abastecimento constante.

Pesadelo econômico na Venezuela

O volume de negócio feito em criptomoedas na Venezuela saltou para US$ 461 milhões dos US$ 5,4 bilhões negociados em 2023. Ou seja, esse volume já representa 9% do volume total. Então, segundo a Chainalysis, as remessas para a Venezuela vem anualmente desde 2018, com exceção de 2020, ano da pandemia.

Tradicionalmente, as remessas são enviadas usando serviços como Western Union. No entanto, as taxas elevadas, os tempos de espera e os problemas de oferta de moeda frequentemente tornam esses serviços inviáveis para muitos indivíduos no mundo em desenvolvimento.

Em 2018, o governo venezuelano criou a criptomoeda estatal “Petro” para contornar as sanções dos Estados Unidos. Mas, infelizmente, a criptomoeda não decolou por dois motivos principais:

  • Uma imagem generalizada de corrupção no país
  • A falta de apoio do Banco Central da Venezuela em reconhecer a legalidade da criptomoeda

De qualquer forma, o governo venezuelano conseguiu driblar as sanções e recorrer novamente aos ativos digitais.

Em janeiro de 2024 surgiram alguns boatos de que o governo da Venezuela estaria negociando criptomoedas para facilitar o comércio internacional de petróleo. Assim, a Tether, a emissora de stablecoin, congelou os ativos de USDT (USDT) mantidos país para que as sanções dos EUA fossem cumpridas.

Escassez de energia e a proibição da mineração

Dentre todos os problemas vividos pela Venezuela, o que chama mais a atenção é a escassez de energia para a população. Em maio desse ano autoridades do país fecharam o cerco contra a mineração de criptomoedas.

Essa não foi a primeira vez que o governo teve que tomar essa medida, adotando políticas anti-cripto. Em 2023 instalações de uma mineradora de criptomoedas foi fechada baseada numa investigação de corrupção ligada à indústria petrolífera.

Em resumo, o que vemos nos últimos seis anos são tentativas do governo da Venezuela de despistar as sanções americanas usando ativos digitais. Mas a instabilidade e as políticas hostis continuam a afetar o uso e a aceitação generalizada das criptomoedas no país. 

Assim, enquanto permanecer a instabilidade política, as criptomoedas mais um desafio do que propriamente uma solução para o povo venezuelano.

Paulo Cardoso
Paulo Cardoso
Formado pela PUC-RJ (2002) em Jornalismo, com Pós Graduação na ESPM-RJ (2006) em Comunicação com o Mercado. Trabalhou em rádio, jornal, editora de livros como revisor e agências de publicidade como redator, estratégia de negócio e social media. Editorias trabalhadas: entretenimento, futebol, política, economia, petróleo, marketing, negócios, iGaming e tecnologia.
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