quarta-feira, novembro 27, 2024
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PL de deputado quer que Banco Central use Bitcoin como reserva econômica

O deputado federal Eros Biondini (PL-MG) propôs o Projeto de Lei 4501/2024, que sugere criar a Reserva Estratégica Soberana de Bitcoin (RESBit) no Brasil. A iniciativa busca diversificar os ativos financeiros do Tesouro Nacional e proteger as reservas internacionais de instabilidades econômicas e geopolíticas.

A reserva, segundo o texto, seria gerida pelo Banco Central e pelo Ministério da Fazenda, representando até 5% das reservas internacionais do país. O armazenamento usaria carteiras frias, e relatórios semestrais garantiriam transparência e segurança.  

Bitcoin como pilar de inovação e segurança econômica  

Outro ponto central da proposta é atrelar o Drex, a moeda digital brasileira, ao Bitcoin, em vez do Real. Para o deputado, isso fortaleceria a economia digital do país. Além disso, o projeto sugere que a RESBit fomente inovações em blockchain, apoiando startups e a capacitação técnica no setor.  

“Esta Lei institui a Reserva Estratégica Soberana de Bitcoins (RESBit), destinada a diversificar ativos, proteger reservas e fomentar blockchain.” – destaca o texto.  

O parlamentar ainda cita exemplos internacionais como inspiração. El Salvador adotou o Bitcoin como moeda oficial, enquanto a China lidera em blockchain com seu yuan digital. Segundo Biondini, iniciativas como essas poderiam fortalecer a posição brasileira no cenário global.  

Então, entre os benefícios destacados estão a diversificação das reservas, maior proteção contra crises econômicas e estímulo à economia digital. Ou seja, a adoção do Bitcoin poderia reduzir a dependência do dólar e atrair investimentos externos.  

Contudo, a proposta enfrenta obstáculos legais. A Lei Complementar nº 179/2021 assegura a autonomia do Banco Central, impedindo que o Legislativo interfira diretamente em política monetária ou na gestão das reservas internacionais. Portanto, essas decisões, segundo a Constituição, cabem exclusivamente ao Presidente da República ou ao próprio Banco Central.  

Estrutura atual das reservas brasileiras  

As reservas internacionais do Brasil são compostas por diversos ativos:  

  • Títulos de dívida soberana: Principalmente de governos estrangeiros, como os Estados Unidos.  
  • Depósitos internacionais: Mantidos em bancos de alta credibilidade.  
  • Ouro: Um ativo de valor intrínseco presente na carteira.  
  • Direitos Especiais de Saque (DES): Emitidos pelo FMI.  
  • Outros ativos: Incluem moedas estrangeiras e instrumentos financeiros.  

A distribuição por moeda em 2023 foi:  

  • Dólar norte-americano (USD): 79,99%  
  • Euro (EUR): 5,24%  
  • Renminbi chinês (CNY): 4,80%  
  • Libra esterlina (GBP): 3,58%  
  • Ouro: 2,60%  
  • Iene japonês (JPY): 1,80%  
  • Dólar canadense (CAD): 1,01%  
  • Dólar australiano (AUD): 0,90%  

Em dezembro de 2023, as reservas internacionais somavam US$ 355,03 bilhões, um aumento em relação ao ano anterior.  

Mas para Biondini, a RESBit representa uma oportunidade de alinhar o Brasil às tendências globais de inovação e garantir a soberania econômica. “A aprovação deste projeto é essencial para o futuro financeiro do país.” – afirma.  

A proposta, no entanto, ainda depende de ampla negociação política e análise constitucional para avançar. O debate promete polarizar opiniões entre inovação e respeito às normas institucionais.  

Conheça na íntegra o Projeto de Lei 4501/2024 AQUI.

Paulo Cardoso
Paulo Cardoso
Formado pela PUC-RJ (2002) em Jornalismo, com Pós Graduação na ESPM-RJ (2006) em Comunicação com o Mercado. Trabalhou em rádio, jornal, editora de livros como revisor e agências de publicidade como redator, estratégia de negócio e social media. Editorias trabalhadas: entretenimento, futebol, política, economia, petróleo, marketing, negócios, iGaming e tecnologia.
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