A Bolsa de Valores brasileira (B3), está lançando os primeiros contratos futuros de preço de Bitcoin, marcando sua entrada no mercado de criptomoedas. Jochen Mielke de Lima, CEO da B3 Digitas, revelou que os planos da empresa vão além dos contratos futuros. Lima explicou que a B3 está atuando em três dimensões no espaço cripto.
Entenda como a Bolsa de Valores brasileira está mudando
A primeira é a utilização da tecnologia blockchain para criar novos produtos e estruturas de mercado. A empresa tem explorado essa área desde 2015, buscando entender como aplicar essa tecnologia no mercado financeiro.
A segunda área envolve produtos de exposição das criptomoedas oferecidas em um ambiente regulado. Um exemplo é o grupo de mais de dez fundos negociados em bolsa, os ETFs. Nesse ambiente é permitido diferentes combinações de oferta, desde os temáticos até os de investimento exclusivo em uma criptomoeda.
Mas a novidade são os contratos de preços futuros do Bitcoin, que se somam aos contratos de derivativos de balcão já existentes na bolsa. E a terceira área é um esforço da B3 de se inserir em um mercado “mais nativo de criptomoedas, construir capacidade, fornecer serviços e soluções.
A B3 Digitas foi criada para atender a essa missão, desenvolvendo soluções e serviços para o mundo de cripto. Então, a empresa já disponibiliza tecnologia para instituições oferecerem investimentos em 25 criptomoedas. A parceria está sendo feita com o Banco Inter, e oferece uma plataforma de serviços para tokenização.
Além disso, a B3 planeja lançar uma corretora de criptomoedas exclusiva para investidores institucionais, como bancos e gestoras, e praticar a custódia própria de ativos digitais de outras empresas. A empresa planeja desenvolver essas iniciativas ao longo de 2024.
Futuro com o DREX
Apesar do interesse da B3 no mercado de criptomoedas, Lima destaca que a conclusão da regulamentação é essencial para destravar o valor desse mercado.
Ele também vê o Drex, projeto do Banco Central, como um viabilizador importante para impulsionar o interesse nesse mercado.
Assim, o Drex vem como um viabilizador, permitindo o pagamento programável e representando uma tokenização de moeda fiduciária. Isso pode trazer mais eficiência ao mercado de criptomoedas.
No entanto, Lima adota uma postura cautelosa ao avaliar como será essa “onda de tokenização” e destaca a importância de uma governança centralizada.
Em resumo, a entrada da B3 no mercado de criptomoedas representa um passo importante para a legitimidade e o desenvolvimento desse mercado no Brasil. Isso pode trazer mais opções e segurança para os investidores interessados nesse novo e promissor segmento.