sábado, outubro 12, 2024
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Detalhes inéditos e casos de uso do Drex

Antes do anúncio do Banco Central (BC) dos usos aprovados do Drex, a moeda digital do Brasil, começaram a surgir detalhes inéditos das propostas apresentadas por 16 consortes. Assim, a expectativa é que, inicialmente, as inovações promovidas pela Drex fiquem limitadas às transações entre instituições financeiras, onde o consumidor final sentirá os efeitos indiretamente.

Inovações no mercado financeiro

Mas a digitalização do mercado de capitais é uma prioridade das instituições. Entre as propostas estão: 

  • soluções como a tokenização de ativos, que transforma bens do mundo real em ativos digitais
  • pagamentos offline, que permitem transações em países com poucas conexões. 

“A tokenização das Notas do Produtor Rural facilitará a distribuição e o compartilhamento desse ativo, além de permitir o planejamento de pagamentos.” – explica Rodrigo Mulinari, diretor de tecnologia do Banco do Brasil.

Dessa forma, tanto Banco do Brasil, quanto a Caixa Econômica Federal estão investindo em soluções de pagamento offline. Mulinari anunciou um projeto em parceria com a empresa alemã G+D para criar sistemas que permitirão micropagamentos em áreas com acesso limitado à Internet.

Drex e Pix: uma comparação necessária

Mas, apesar das inovações, o Pix, sistema brasileiro de pagamentos instantâneos, continuará sendo uma das principais ferramentas para pequenas transações. “Muita gente me pergunta se o Drex terá tanto sucesso quanto o Pix. 

Acredito que nada terá o mesmo sucesso que o Pix, porque ninguém previu que teria tanto sucesso”, disse Fabio Araújo, coordenador do projeto Drex do Banco Central do Brasil.

Para Renata Petrovic, head de inovação aberta do Bradesco, o Drex pode ser utilizado em movimentos mais difíceis. “Uma compra de padaria pode ser feita com Pix; uma transação mais complexa poderia usar Drex.” – declarou..

Desafios da escalabilidade e privacidade para o Drex

Um dos principais desafios da Drex é a escalabilidade. A tecnologia blockchain utilizada, baseada na plataforma Hyperledger Besu, tem limitações em relação ao Pix, que processa 6 mil transações por segundo. Em contrapartida, a rede Ethereum, com a qual o Drex é compatível, atingiu um recorde de 246 transações por segundo, revelando os limites do uso em larga escala.

Portanto, a transparência do blockchain, que registra imutavelmente todas as transações, desafia as leis de proteção de dados e de sigilo bancário. Para resolver este problema, diversas soluções foram desenvolvidas, como a utilização de provas de conhecimento zero, que permitem ocultar informações confidenciais de transações.

Paulo Cardoso
Paulo Cardoso
Formado pela PUC-RJ (2002) em Jornalismo, com Pós Graduação na ESPM-RJ (2006) em Comunicação com o Mercado. Trabalhou em rádio, jornal, editora de livros como revisor e agências de publicidade como redator, estratégia de negócio e social media. Editorias trabalhadas: entretenimento, futebol, política, economia, petróleo, marketing, negócios, iGaming e tecnologia.
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