sábado, julho 27, 2024
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Paraguai quer vender energia para mineradores de Bitcoin e não para o Brasil

O Paraguai está de olho no lucrativo mercado de criptomoedas. O governo anunciou planos ambiciosos para o seu excedente de energia elétrica. Assim, o objetivo passa a ser focar nos mineradores de Bitcoin. Portanto, de acordo com Javier Giménez, ministro da Indústria e Comércio, a venda de energia para a mineração de criptomoedas é a estratégia mais lucrativa no momento.

Mineradores no Paraguai podem pagar mais pela energia

Fica difícil competir pela energia, já que os mineradores de Bitcoin estão dispostos a pagar até três vezes mais pela energia do que o Brasil. O Brasil, por outro lado, quer um preço ainda menor e, portanto, pretende revisar o acordo de fornecimento de energia da usina hidrelétrica de Itaipu para o Paraguai. A usina é um projeto binacional entre Brasil e Paraguai.

Então, a perspectiva, é de que haja uma revisão do acordo até o fim do ano para equilibrar os termos de modo que ambos países sejam beneficiados. Dessa forma, o custo da energia comprado no Brasil deve reduzir. Mas, apesar de ser um projeto binacional, a  usina de Itaipu fornece apenas 8,7% da energia consumida no Brasil e 86,4% no Paraguai, sendo muito mais vantajoso para nossos vizinhos.

No entanto, o Paraguai tem sido reticente em vender o excedente de energia para o Brasil, preferindo focar nos mineradores de criptomoedas. Giménez destacou que o Paraguai tem um grande excedente de eletricidade, que poderia ser totalmente utilizado por cerca de 10 mil novas indústrias.

“Estamos correndo para atrair indústrias, mas seria inteligente dar a energia aos criptomineradores, onde há demanda, enquanto isso.” – disse Giménez.

Fazendas de Bitcoin é o único projeto lucrativo no país

Porém, as fazendas de mineração de Bitcoin são o único projeto lucrativo no país. Para se ter uma ideia, algumas dessas fazendas, como a de Hernandarias, ajudam a proteger o sistema elétrico paraguaio. Elas simplesmente desligam suas máquinas durante os picos de energia no local.

O Paraguai possui mais de 50 mineradoras de Bitcoin operando legalmente. Assim, mesmo com todo incentivo, desde o início do ano, o país teve que intensificar a luta contra a mineração clandestina.

Em resumo, essa é uma atividade, que, apesar de legal no Paraguai, não tem regras muito claras e merece um marco regulatório melhor. De qualquer forma, há quatro projetos de lei em tramitação no Congresso, caso sejam aprovados poderão promover a transparência que a atividade exige.

Paulo Cardoso
Paulo Cardoso
Formado pela PUC-RJ (2002) em Jornalismo, com Pós Graduação na ESPM-RJ (2006) em Comunicação com o Mercado. Trabalhou em rádio, jornal, editora de livros como revisor e agências de publicidade como redator, estratégia de negócio e social media. Editorias trabalhadas: entretenimento, futebol, política, economia, petróleo, marketing, negócios, iGaming e tecnologia.
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