sábado, julho 27, 2024
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Venezuela aposta em criptomoedas para contornar sanções dos EUA

A Venezuela está planejando uma estratégia ousada para contornar as sanções impostas pelos Estados Unidos: o uso de criptomoedas. Segundo a Reuters, a PDVSA, empresa estatal responsável pela extração e venda do petróleo venezuelano, está analisando essa possibilidade.

Sanções começaram depois que Venezuela descumpriu acordo

Em 2023, a PDVSA começou a “aumentar lentamente” as vendas de petróleo com pagamento em USDT, uma criptomoeda atrelada ao dólar. Isso começou após os EUA terem retirado várias sanções ao país no ano anterior, em meio a negociações sobre a participação da oposição nas eleições presidenciais.

No entanto, a situação mudou quando os EUA decidiram retomar as sanções em 31 de maio, após candidatos da oposição venezuelana serem impedidos de concorrer à Presidência. As sanções afetam diretamente a negociação de petróleo e gás, dificultando as operações da PDVSA.

Mas, diante desse cenário, a estatal venezuelana pretende acelerar a transição das negociações e aumentar o uso de USDT. Portanto, a stablecoin passou a ser usada como forma de evitar o congelamento de fundos mantidos em bancos estrangeiros. Essa foi uma estratégia que faz parte do pacote de sanções dos EUA.

Mas, embora o dólar ainda seja a moeda mais usada nos contratos de compra e venda de petróleo em todo o mundo, a Venezuela tem usado cada vez mais a USDT como alternativa em contratos. A PDVSA também exige que qualquer novo cliente tenha criptomoedas em uma carteira digital.

O país criou a Petro como solução

A PDVSA, conforme a Reuters divulgou, emprega intermediários para assegurar o cumprimento das transações com USDT. Mas isso também tem reduzido a parcela de lucro da empresa com as negociações.

Este ano, o governo da Venezuela anunciou o fim do projeto da Petro. O país lançou em 2018 uma criptomoeda, cujo valor as reservas de petróleo do país garantiam. A moeda foi lançada como uma alternativa ao bolívar venezuelano e para driblar sanções dos EUA, mas teve baixa adesão dentro e fora do país.

Antes mesmo do encerramento, a Petro teve uma série de interrupções após a agência do governo responsável pelo setor de criptomoedas enfrentar um escândalo de corrupção. 

Mas a Petro conseguiu um feito, foi a primeira criptomoeda estatal já criada.

Paulo Cardoso
Paulo Cardoso
Formado pela PUC-RJ (2002) em Jornalismo, com Pós Graduação na ESPM-RJ (2006) em Comunicação com o Mercado. Trabalhou em rádio, jornal, editora de livros como revisor e agências de publicidade como redator, estratégia de negócio e social media. Editorias trabalhadas: entretenimento, futebol, política, economia, petróleo, marketing, negócios, iGaming e tecnologia.
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