A disputa judicial milionária envolvendo os jogadores brasileiros Gustavo Scarpa e Willian Bigode, que corre desde o início do ano passado nos tribunais de Justiça de São Paulo, ganhou novos contornos nesta semana. Mas vale relembrar que o meia do Atlético-MG (Scarpa) alega que perdeu R$ 6,3 milhões na pirâmide financeira de criptomoedas XLand. O negócio das arábias teria sido indicado pelo colega atacante do Santos (Bigode), no entanto, este também sustenta que foi vítima do esquema.
Dinheiro de Scarpa pode ser de responsabilidade da FTX
A disputa judicial milionária entre os jogadores brasileiros Gustavo Scarpa e Willian Bigode ganhou novos contornos nesta semana. No processo, Scarpa, meia do Atlético-MG, alega que perdeu R$ 6,3 milhões na pirâmide financeira de criptomoedas XLand. O meia só teria participado por causa do colega atacante do Santos, Willian Bigode. Mas este, por sua vez, também sustenta a tese de que foi igualmente vítima do esquema.
A sugestão da defesa de Bigode foi que a dívida milionária fosse quitada pela FTX. Essa exchange faliu e recentemente e divulgou ter recuperado US$ 16,3 bilhões para distribuir aos investidores lesados.
Ou seja, a XLand, antes de quebrar e deixar de pagar os investidores no ano passado, alega que os criptoativos dos clientes estavam presos na corretora. Então, o advogado de Bigode, Bruno Santana, considerou lógico e coerente requerer que a empresa americana prestasse informações. O objetivo é verificar a existência ou não desses ativos financeiros.
No entanto, há um problema nessa história: a Xland não está na lista de credores da FTX. A lista pode ser acessada por qualquer pessoa na Kroll, a empresa responsável pela administração da falência da exchange gringa. Os envolvidos na Xland, portanto, inventaram essa informação.
Supostas pedras preciosas foram dadas de garantia
Quando pirâmides financeiras de criptomoedas começam a ruir, é comum que alegarem que o dinheiro investido pelos clientes está preso em algum terceiro. Esse cenário já ocorreu em outros casos no Brasil, como o da Braiscompany, que tentou atribuir a culpa à Binance.
Scarpa, por sua vez, indicou que a sugestão não deve avançar. Em um story no Instagram, ele escreveu: “Nem vem que não tem”. Segundo uma matéria da ESPN, a defesa afirmou que a medida foi mais um “subterfúgio” para evitar que Bigode assumisse a responsabilidade.
Além disso, a tentativa de repassar a dívida milionária para a FTX ocorreu após outro desfecho da disputa. Segundo Scarpa, ele recebeu um malote de 20 kg de alexandritas, supostamente avaliadas em R$ 2 bilhões. As pedras serviriam como garantia, demonstrando boa fé em caso de problemas.
No entanto, a Polícia Federal concluiu recentemente que essas pedras não possuem o valor estimado. Uma nota fiscal anexada ao processo judicial indicou que elas valem apenas R$ 6 mil, e não R$ 2 bilhões.