quinta-feira, novembro 21, 2024
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Mesmo com Drex ’empacado’, Brasil anuncia CBDC junto com os BRICS

O anúncio da criação de uma nova moeda digital pelos Brics, feito recentemente pela Rússia, tem como objetivo principal diminuir a exposição dos países do grupo ao dólar americano. Essa nova CBDC (Central Bank Digital Currency) dos Brics será um canal independente para liquidações comerciais. Isso tem como objetivo, diversificar as transações globais e reduzir a dependência da moeda americana.

CBDC enfrenta resistência de alguns setores no Brasil

O sistema de pagamento, chamado de BRICS Bridge, utilizará tecnologias digitais de blockchain para garantir pagamentos “econômicos e livres de política” para governos e pessoas comuns. Dessa forma, a iniciativa visa aumentar o papel das nações do BRICS no sistema financeiro global. Isso irá fortalecer as redes bancárias correspondentes e aumentar as liquidações em moedas nacionais.

Mas, embora a proposta de uma moeda digital entre as nações tenha sido defendida pelo presidente Lula em diversas ocasiões, ela enfrenta resistência em diversos setores. Argumenta-se que a tecnologia blockchain já permite trocas instantâneas entre diferentes moedas. Assim, a criação de uma moeda própria para os Brics seria algo desnecessário. 

Enquanto isso, o Yuan Digital da China vem ganhando espaço nas transações internacionais, com o Brasil realizando sua primeira transação comercial usando uma CBDC em outubro de 2023. A operação foi realizada entre o Banco da China Brasil SA e a Eldorado Brasil. Essa foi a primeira vez que o Yuan Digital foi utilizado no continente americano.

A iniciativa dos Brics de criar uma nova moeda digital demonstra um movimento significativo em direção à diversificação das moedas, reduzindo a dependência do dólar americano. Mas a proposta de criação de uma moeda digital entre as nações tem sido uma das principais bandeiras do Brasil na política externa. 

O presidente Lula tem defendido amplamente o uso de uma CBDC ‘internacional’ para cortar a dependência do dólar. Segundo ele: “uma moeda digital para a América Latina para o país voltar a restabelecer relações. E, se Deus quiser, criar uma moeda única na América Latina, porque não tem esse negócio de ficar dependendo do dólar“.

Lula já propôs uma moeda digital para o Mercosul

Depois, em janeiro de 2023, Lula se encontrou com Alberto Fernández, ex-presidente da Argentina. Nesse encontro, um dos tópicos de discussão foi a possibilidade da criação de uma moeda digital comum entre os países do Mercosul.

Novamente em 2023, Lula voltou a defender a criação de uma moeda digital unificada no Mercosul em reunião com líderes de países da América do Sul, realizada no Palácio do Itamaraty em maio.

Em agosto de 2023, durante coletiva após a Cúpula dos Brics, Lula voltou a criticar transações entre países por meio de dólar, e afirmou que o Brics está empenhado em criar uma moeda digital comum. Segundo Lula, uma nova moeda ‘facilita a vida das pessoas’, e disse ser uma preocupação criar ‘paridade em trocas comerciais’. Mas, apesar de todos os anúncios, defesas e propostas, nada de concreto foi realizado até o momento.

Portanto, esses debates e iniciativas mostram a complexidade e os desafios envolvidos na criação de uma moeda digital internacional ou regional. A busca por alternativas ao dólar americano reflete a necessidade de diversificação e autonomia financeira dos países. Mas também é preciso ter uma abordagem cuidadosa e colaborativa entre as nações envolvidas.

Paulo Cardoso
Paulo Cardoso
Formado pela PUC-RJ (2002) em Jornalismo, com Pós Graduação na ESPM-RJ (2006) em Comunicação com o Mercado. Trabalhou em rádio, jornal, editora de livros como revisor e agências de publicidade como redator, estratégia de negócio e social media. Editorias trabalhadas: entretenimento, futebol, política, economia, petróleo, marketing, negócios, iGaming e tecnologia.
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