segunda-feira, setembro 16, 2024
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Tecnologias de privacidade no Bitcoin podem criar problemas para regulação

Saiu o último relatório sobre a “Lightning Network” do Bitcoin e outras tecnologias de camada 2 emitido pela União Europeia (UE) e o resultado não é nada bom. Pois, de acordo com o documento, “ferramentas podem ofuscar dados”. É claro que não vai demorar para criminosos explorarem esse tipo de brecha.

Esse é o 1º relatório feito pela UE sobre Bitcoin

O relatório, intitulado “Primeiro Relatório sobre Criptografia do Hub de Inovação para Segurança Interna da UE”, foi produzido por uma “rede colaborativa de laboratórios de inovação” dos estados membros da UE. Os analistas da UE argumentam que as tecnologias de segunda camada do Bitcoin podem ser facilitadoras para atividades criminosas.

Dessa forma, o documento destaca que os “canais de pagamento de assinatura múltipla de duas partes da Lightning Network” não registram todas as transações na blockchain. “Apenas a abertura e o fechamento do canal” são registrados. 

Essa ação é perigosa por que pode dificultar o rastreamento das atividades enquanto o canal de transação em Bitcoin estiver aberto. Portanto, acaba facilitando os crimes envolvendo criptomoedas.

Além disso, o relatório sugere que a Lightning Network e outras soluções de camada 2 podem causar “problemas para as investigações das autoridades”. A UE também expressou preocupação com mixers de moedas como o Tornado Cash e moedas de privacidade, incluindo Monero, Zcash, Grin e Dash.

Ou seja, o relatório destaca o uso de “provas de conhecimento zero e soluções de camada 2” que permitem ocultar alguns dados de transação. Essa característica “complica significativamente a rastreabilidade das origens de criptomoedas (ilícitas) para as autoridades”.

De qualquer forma, o estudo chama a atenção, especialmente considerando o quadro da UE para Mercados de Criptoativos (MiCA), que entra em vigor no final de 2024. A legislação condena as interações entre provedores de serviços de criptoativos (CASPs) e moedas de privacidade.

Prisões por lavagem de dinheiro

Assim, isso levou várias corretoras de criptomoedas, como a Binance, a removerem moedas de privacidade de suas negociações. Mixers de criptomoedas também têm enfrentado pressão de agências de aplicação da lei ao redor do mundo.

Dois exemplos recentes ilustram bem essa situação:

  • acusação e condenação do desenvolvedor do Tornado Cash, Alexey Pertsev, por lavagem de dinheiro por um tribunal holandês 7
  • a prisão e acusação dos fundadores da carteira de mixer de Bitcoin Samourai Wallet por conspiração para cometer lavagem de dinheiro pelas autoridades dos EUA.

Portanto, a repressão teve um efeito imediato em outras ferramentas de privacidade. Pois, após a represália, vários serviços de mixagem de moedas abandonaram os serviços nos EUA. 

A situação atual levanta questões importantes sobre a privacidade e a segurança no mundo das criptomoedas.

Paulo Cardoso
Paulo Cardoso
Formado pela PUC-RJ (2002) em Jornalismo, com Pós Graduação na ESPM-RJ (2006) em Comunicação com o Mercado. Trabalhou em rádio, jornal, editora de livros como revisor e agências de publicidade como redator, estratégia de negócio e social media. Editorias trabalhadas: entretenimento, futebol, política, economia, petróleo, marketing, negócios, iGaming e tecnologia.
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